sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Acordo do Brexit nos finalmente


                         
         A transição do Brexit pode ir até 2022; Gibraltar ainda trava o acordo. Reino Unido e U.E. finalizaram ontem outra etapa das negociações da saída inglesa da UE.  O projeto, que não tem força legal, prevê a ampliação do período de transição até 2022, e oferece concessão na fronteira irlandesa. Contudo, o status de Gibraltar e as licenças de pesca em águas britânicas permanecem num impasse.
           A declaração não agradou à oposição ao governo de Theresa May e alguns membros pro-Brexit de seu partido criticaram a declaração, que está prevista para ser votada no fim de semana, em reunião de representantes dos 27 países da UE, a que deve comparecer a Primeira Ministra.
            A Primeira Ministra May disse que o acordo é bom para os dois lados da negociação e abre caminho para manter as relações comerciais com a U.E., bem como novos acordos bilaterais com outros países. May argumentou que o pacto contempla tudo que os britânicos favoráveis ao Brexit queriam: controle de fronteira, fim do trânsito livre de pessoas e fim do repasse de recursos ao bloco.
             No caso da fronteira irlandesa, o acordo oferece alternativa, que consiste na implementação de mecanismos tecnológicos para trânsito de bens e pessoas que impeçam a restauração de uma fronteira física na ilha. A ausência de fronteira entre as duas Irlandas, situação estabelecida pelo Acordo de Paz de 1998, é condição tida como inegociável para o Brexit.

               Falta, no entanto, a resolução de acordo sobre a colônia britânica de Gibraltar. A questão é rica de possibilidades de que vire pendência. O caráter antiquado desse litígio, o que é também um símbolo às avessas do retrocesso causado pela votação do Brexit. Tampouco foram resolvidas as regras sobre a pesca. Nem sempre é fácil voltar no tempo, e contrariar condições desde muito observadas, que têm ainda o defeito de funcionarem a pleno contento.

                 O deputado conservador eurocético Marc François disse que o documento se compunha de "26 páginas de camuflagem política". Por sua vez o líder trabalhista Jeremy Corbyn e Nicola Sturgeon, lider do partido nacionalista escocês, afirmaram que o acordo negociado pode levar a uma saída às cegas do Reino Unido da UE.

              Essa eventual partida da Inglaterra pode causar muitas surpresas, mas Corbyn  pela sua cuidada abstenção, na prática omitiu-se do problema, contrariando o sentir de seu próprio partido. Quanto à escocesa Nicola Sturgeon, é dificil saber o que realmente pretende.

               Uma coisa, no entanto, é certa: se o Reino Unido escolheu a opção da mediocridade, Theresa May surge como a líder apropriada para o que muitos, sobretudo nas camadas mais jovens, lamentarão como uma escolha do passado. O diabo é que esse tempo verbal tem como principais alimentos a nostalgia e a contemplação de velhas fotografias...


( Fontes:  The Independent,  O Estado de S. Paulo  )

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