Segundo revelação do
Washington Post, os Estados Unidos
indiciaram o fundador do site WikiLeaks,
o australiano Julian Assange, em um procedimento secreto que seria
divulgado por engano.
A medida do governo americano marca
inegável escalada de Washington contra Assange e seu grupo. Especula-se, nesse sentido, que tal
'descoberta' possa fazer avançar as investigações sobre a interferência da
Rússia nas eleições de 2016.
Em carta a um juiz, o Procurador
Kellen Dwyer, assim se referiu ao caso: "em razão da sofisticação do réu e
da publicidade, em torno do caso, é provável que nenhum outro procedimento
mantenha confidencial que ele foi acusado." Mais tarde, Dwyer escreveu que
as acusações "precisariam ser mantidas sob sigilo até Assange ser
preso."
Como se sabe, Julian Assange pedira asilo à embaixada (chancelaria) do Equador em Londres, no que contou com o apoio do então
presidente Rafael Correa. Posteriormente, a sua situação de asilado na
chancelaria equatoriana se tornou precária, pela diferente posição política de
quem fora feito presidente do Equador para suceder a Correa pelo grande empenho
demonstrado por este ultimo em viabilizar
a candidatura de Lenin.
Em um lance teatral, que não é
inusitado na política, Lenin Moreno iria
dissociar-se da posição assumida por seu anterior chefe, Rafael Correa, e tal
mudança não deixaria de afetar a situação de Julian Assange, como asilado na
embaixada equatoriana em Londres.
Especula-se sobre que acusações
pesam contra Assange no contexto da campanha eleitoral de 2016, embora não se
trate de difícil exercicio . Assinala-se a propósito a possibilidade de
indiciá-lo por conspiração, roubo de
propriedade governamental e violação da Lei de Espionagem pela divulgação de
documentos secretos do Pentágono e do Departamento de Estado americano, em
2010, no Wiki-Leaks. É, de resto, notória a
intervenção do site Wiki-Leaks em inúmeras divulgações de documentos do
Departamento de Estado, sempre com o intento de favorecer ao candidato de
Vladimir Putin à Casa Branca, Donald
Trump. O Wiki-leaks foi uma notória
plataforma de propaganda anti-Hillary, inclusive com sua divulgação de textos subtraídos do Diretório do Partido Democrata .
Por estranha ironia, o
Departamento de Justiça propiciou ao Wiki-Leaks de Assange um "furo de
reportagem" ao revelar acidentalmente a existência de acusações confidenciais (ou
um rascunho delas) contra Julian Assange, em" um aparente lapso no copiar e colar , em um caso
não-relacionado", como escreveu o
Wiki-Leaks no Twitter.
Assim, a acusação de
Assange nos Estados Unidos poderia ter implicações na presente investigação
dirigida pelo procurador-especial Robert Mueller, sobre um conluio da campanha
presidente de Trump com a Rússia, e além disso, se o atual presidente obstruíu
a Justiça na investigação. Em julho, o
Procurador Mueller acusou doze espiões russos de conspiração ao hackear os
computadores do Comitê Nacional Democrata, assim como de roubo de informação e
publicação dos arquivos com o escopo de distorcer o resultado da votação. Nesse
sentido, uma das acusações aponta o
Wiki-Leaks como plataforma usada pelo Kremlin para divulgar os e-mails
roubados.
( Fontes: Washington Post e
New York Times )
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