quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Cuba vai sair do Mais Médicos


             
       Em função das observações do Presidente-eleito Jair Bolsonaro sobre o programa cubano-brasileiro Mais Médicos, referindo-se às mudanças que pretende fazer no dito intercâmbio, o governo cubano, segundo noticia o Estado de S. Paulo, que vai deixar o program Mais Médicos.
         Atualmente, estão contratados 8.322 cubanos, que constituem 45,7% dos 18.240 profissionais do Mais Médicos. Como é notório, o governo cubano e o brasileiro, de Dilma Rousseff, acordaram o respectivo programa para levar atendimento de saúde às periferias de grandes cidades e ao interior do País.
          Dentro da visão crítica do novo Governo,  Bolsonaro pretendia estabelecer testes de capacidade aos estrangeiros, assim como a liberação de que suas famílias viessem a poder mudar-se para o Brasil.
            Há peculiaridades desse programa, impostas pelo governo autoritário de Cuba, que foram lamentavelmente aceitas pela então Presidente Dilma Rousseff, e que persistem até o presente no governo Temer. Pelo acordo em apreço, os médicos recebem do Governo federal bolsa de R$ 11.865,60, mas ficam com cerca de R$ 3 mil !, indo o restante do pro-labore para o governo comunista de Cuba.
              Diante dessa situação,  o governo Bolsonaro pretendia pagar  salário integral aos profissionais cubanos, para que nada fosse dado "à ditadura" cubana, consoante escreveu o presidente-eleito no Twitter. Mais tarde, em entrevista coletiva declarou: "Isso é trabalho escravo. Não poderia compactuar com isso." Assinale-se, por oportuno, que como Deputado Federal Bolsonaro entrara com ação junto ao STF, para suspender o dito programa.
                A OPAS informou que mais detalhes sobre a saída dos cubanos serão divulgados proximamente. Há temores de secretários municipais de Saúde de interrupções no atendimento, com a saída dos profissionais cubanos.
                 Em reação às próximas mudanças, o Ministério da Saúde abrirá edital para convocar médicos destinados a ocupar os postos deixados vagos pelos cubanos. Na convocação, se dará precedência a brasileiros formados no Brasil, e em seguida a brasileiros formados no exterior. Segundo Bolsonaro, o Brasil está formando cerca de 20 mil médicos por ano e a tendência é que esse número aumente. Para ele, o programa não está suspenso. Dessarte, médicos de outros países poderiam vir para cá. E a partir de janeiro, declarou, se pretende dar satisfação a essas populações que ficaram desassistidas. 
                   Segundo o presidente-eleito, qualquer cubano que solicitar asilo terá o pedido concedido. "Há quatro anos o governo do PT anunciou que caso alguém pedisse asilo seria deportado",  declarou o presidente-eleito. "Não podemos ameaçá-los como foram ameaçados."
                     Ainda que conselheiros de Bolsonaro já dessem como certa a saída de Cuba, a decisão de Havana de romper o acordo  pegou de  surpresa, tanto o Governo brasileiro, quanto a OPAS. Presume-se que adiantar a volta dos médicos seria também  uma saída do governo de Havana para tentar reduzir as possibilidades de que uma parte ponderável dos contratados viesse a pedir asilo ao Governo brasileiro.
                       Deve-se, no entanto, ter presente que dentro das imposições do  atual   regime comunista autoritário cubano as famílias ficaram no território cubano, constituindo na verdade reféns potenciais para possíveis reações individuais dos médicos contratados. Representa, também, um acinte que o Governo de Dilma Rousseff haja concordado com as pesadas condições punitivas aos participantes cubanos, o que o tornou na prática um cúmplice da ditadura de Havana.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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