Mestre Ricardo Noblat tem acompanhado, com o
habitual profissionalismo, e o culto da verdade, a passagem pela nossa história
dessa dupla que, apesar de granjear tanta
popularidade e tão forte empresa do poder - com as consequências que estamos
vendo - ora se encaminha para o final, por tanta gente previsto, apesar de todo
o apoio que lograram reunir, e o tanto que buscaram baralhar as cartas.
O movimento que ele criou continua
presente, embora tenha sofrido muitas compreensíveis baixas.
A inépcia de Lula se manifestou
notadamente pela sua interesseira escolha de sucessora. Querendo preservar-se o
comando sobre o governo, fez uma delegação pela metade, indicando para o
Planalto alguém que, malgrado todas as operações de embelezamento, não estava
decerto à altura da presidência.
É triste e acabrunhante mesmo ter de
reconhecer a incapacidade do eleitorado brasileiro de elevar-se acima da
indicação de um coronelão nordestino, que preferiu, para garantir-se o futuro,
ser sucedido por alguém que não estava preparada para tal empresa.
Como comparar Dilma com Lula ? Por egoismo e miopia política, ele
preferiu indicar para o mando alguém que pensava não lhe faria sombra. Por
desgraça, o governo do PT, já na era do primeiro Lula, preferira embarafustar
na corrupção, e exemplo disso foram os escândalos que já haviam pipocado no
primeiro e no segundo Lula. Este saberia encontrar quem estivesse disposto a
pagar o pato, como se verificou com José Dirceu.
O que o torneiro-mecânico
transformado em grande líder não poderia imaginar seria a inépcia política e
econômica de sua discípula. Em termos de corrupção, ela se declararia honesta,
embora as avaliações sejam contrastantes.
Só muita má fé pode achar que foi
'golpe' a iniciativa que capitaneada por um ex-petista (que
deixara o partido quando estourou o escândalo do Mensalão), levou ao
impeachment de Dilma Rousseff, por causa das famosas pedaladas.
Além de corrupto, seu governo foi
sobretudo incapaz e incompetente, criando uma série de problemas que exigirão
muito tempo para serem superados. Firmada por Hélio Bicudo, o professor Miguel
Reale Júnior e a Dra. Janaina Paschoal,
a petição pelo impeachment foi
aprovada pela Câmara dos Deputados, e em primeira sessão, pelo Senado Federal.
Agora, a tramitação do processo,
depois da primeira aprovação pela Câmara
Alta passa por um segundo exame final, dentro de esquema repetitivo, que
prolonga uma crise muito além do tempo necessário.
É a desordem institucional que
perdura em nosso país. O próprio processo no Senado Federal poderia ser
abreviado e não repetido, como agora, com todos os riscos que tal
iteração só faz cortejar.
Com a extensão do processo
repontam as inevitáveis deformações, surgindo, entre os senadores, aqueles que
submetidos a um verdadeiro leilão, passam de uma categoria para outra, uns não
se pejando de se declararem indecisos, enquanto outros fazem valer a própria
dificuldade em chegar à conclusão.
Melhor seria que no futuro o procedimento
seja reduzido a uma única fase - como já o é na democracia estadunidense - na
qual a Câmara de Representantes vota o impeachment e o Senado decide sobre o
afastamento definitivo ou não. Essas tardanças no Brasil cá servem apenas para
fazer que a corrupção volte, no aliciamento dos senadores.
Não há a menor dúvida que Dilma
Rousseff criou as
condições - tanto em termos de governança política, quanto nos aspectos ético e
jurídico - para ser afastada definitivamente do Poder.
Chegará assim ao fim o poder
petista - simbolizado pela corrupção e o desgoverno - que Lula da Silva veio a
encarnar e a representar, a despeito de sua lábia e indiscutível (ainda que
combalido) carisma.
Se é ridícula a sua ação junto
às Nações Unidas, impetrada contra a suposta influência do Juiz Sérgio Moro, é
de esperar-se que mais essa farsa sirva para demonstrar que o Povo brasileiro
está cansado com essa ópera interminável.
É tempo de mandar para o lugar
próprio essa dupla Lula - Dilma que tanto mal já fez ao Brasil.
( Fonte: Coluna
de Ricardo Noblat )
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