segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Bonnie & Clyde ?

                                                       

         Mestre Ricardo Noblat tem acompanhado, com o habitual profissionalismo, e o culto da verdade, a passagem pela nossa história dessa dupla que, apesar de granjear tanta popularidade e tão forte empresa do poder - com as consequências que estamos vendo - ora se encaminha para o final, por tanta gente previsto, apesar de todo o apoio que lograram reunir, e o tanto que buscaram baralhar as cartas.
         O movimento que ele criou continua presente, embora tenha sofrido muitas compreensíveis baixas.
         A inépcia de Lula se manifestou notadamente pela sua interesseira escolha de sucessora. Querendo preservar-se o comando sobre o governo, fez uma delegação pela metade, indicando para o Planalto alguém que, malgrado todas as operações de embelezamento, não estava decerto à altura da presidência.
          É triste e acabrunhante mesmo ter de reconhecer a incapacidade do eleitorado brasileiro de elevar-se acima da indicação de um coronelão nordestino, que preferiu, para garantir-se o futuro, ser sucedido por alguém que não estava preparada para tal empresa.
           Como comparar Dilma com  Lula ? Por egoismo e miopia política, ele preferiu indicar para o mando alguém que pensava não lhe faria sombra. Por desgraça, o governo do PT, já na era do primeiro Lula, preferira embarafustar na corrupção, e exemplo disso foram os escândalos que já haviam pipocado no primeiro e no segundo Lula. Este saberia encontrar quem estivesse disposto a pagar o pato, como se verificou com José Dirceu.
           O que o torneiro-mecânico transformado em grande líder não poderia imaginar seria a inépcia política e econômica de sua discípula. Em termos de corrupção, ela se declararia honesta, embora as avaliações sejam contrastantes.
            Só muita má fé pode achar que foi 'golpe' a iniciativa  que capitaneada por um ex-petista (que deixara o partido quando estourou o escândalo do Mensalão), levou ao impeachment de Dilma Rousseff, por causa das famosas pedaladas.
             Além de corrupto, seu governo foi sobretudo incapaz e incompetente, criando uma série de problemas que exigirão muito tempo para serem superados. Firmada por Hélio Bicudo, o professor Miguel Reale Júnior e a Dra. Janaina Paschoal,  a petição pelo impeachment foi aprovada pela Câmara dos Deputados, e em primeira sessão, pelo Senado Federal. Agora, a tramitação do processo, depois  da primeira aprovação pela Câmara Alta passa por um segundo exame final, dentro de  esquema repetitivo, que prolonga uma crise muito além do tempo necessário.
              É a desordem institucional que perdura em nosso país. O próprio processo no Senado Federal poderia ser abreviado e não repetido, como agora, com todos os riscos que tal iteração só faz cortejar.
              Com a extensão do processo repontam as inevitáveis deformações, surgindo, entre os senadores, aqueles que submetidos a um verdadeiro leilão, passam de uma categoria para outra, uns não se pejando de se declararem indecisos, enquanto outros fazem valer a própria dificuldade em chegar à conclusão.
               Melhor seria que no futuro o procedimento seja reduzido a uma única fase - como já o é na democracia estadunidense - na qual a Câmara de Representantes vota o impeachment e o Senado decide sobre o afastamento definitivo ou não. Essas tardanças no Brasil cá servem apenas para fazer que a corrupção volte, no aliciamento dos senadores.
               Não há a menor dúvida que Dilma Rousseff  criou as condições - tanto em termos de governança política, quanto nos aspectos ético e jurídico - para ser afastada definitivamente do Poder.
               Chegará assim ao fim o poder petista - simbolizado pela corrupção e o desgoverno - que Lula da Silva veio a encarnar e a representar, a despeito de sua lábia e indiscutível (ainda que combalido) carisma.
               Se é ridícula a sua ação junto às Nações Unidas, impetrada contra a suposta influência do Juiz Sérgio Moro, é de esperar-se que mais essa farsa sirva para demonstrar que o Povo brasileiro está cansado com essa ópera interminável.
               É tempo de mandar para o lugar próprio essa dupla Lula - Dilma que tanto mal já fez ao Brasil. 
 

( Fonte:  Coluna de Ricardo Noblat ) 

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