Como é a realização de Olimpíadas em país do Terceiro
Mundo? Pelos comentários do New York
Times, tanto de seu encarregado do desk
esportivo, quanto de uma paulista, free-lancer
do mesmo jornal, o leitor brasileiro há de colher impressão similar.
A crítica, bem-humorada ou não, lhes
permeia os despachos para o jornalão de Manhattan.
O leitor colhe a impressão da precariedade da estada do correspondente americano
e, sobretudo, a má-vontade da nossa reporter paulista.
Infelizmente, de vez em quando, o
festival olímpico terá de realizar-se em outras cidades que não a terra de Tio Sam, onde a segurança para todos é
perfeita (com a exclusão, talvez, dos afro-americanos).
Se a democracia brasileira vai bem
obrigado - que maior prova tenha de realizar, junto com o festival olímpico,
que se ver livre do governo corrupto e ineficaz de Dilma Rousseff, com o
cumprimento da lei, dentro da liberdade constitucional e com as plenas
franquias para a defesa do regime do Partido dos Trabalhadores, apesar de todo
o peculato? - o nosso Povo participa com a sua alegria habitual nesse grande
festival do sport.
Os Estados Unidos e seus nacionais são
e serão bem acolhidos no maior país da América do Sul, que é grande por
natureza e, por isso, não tem complexos com a maior potência das Américas.
Recordo-me, quando era embaixador na Guatemala, que esposa de encarregado de
negócios americano fez demasiadas perguntas sobre o nosso país - para o qual
ele estava sendo transferido - se ela encontraria isto e aquilo no comércio de
Rio e São Paulo? Tanto indagou que o maridão perde a paciência e lhe diz: fique calma que estamos indo para um país
soberano!
Há coisas que não concordo - e os meus dezessete fiéis
leitores - é este temor fóbico - acoplado com a insana busca pelos defeitos -
dos repórteres estadunidenses com os perigos do subdesenvolvimento. O pensador do Alvorada quando confrontado
com obscuras decisões da autoridade governamental, respondera para um companheiro
sul-americano: não há nada de seguro no subdesenvolvimento! Aquilo desconcertou
o irmão sul-americano, trazido à própria comum realidade de forma um tanto brutal.
Mas voltemos ao grande festival olímpico, que
em breve se abrirá com todos os seus espetáculos. O repórter, entre outras inquietudes, nos
fala do mosquito, que para ele é um íncubo, com as ameaças que a fêmea do Aedes Aegypti traz. Para enfrentá-lo, o repelente é indispensável. Na verdade, tanto
aqui, quanto na Flórida, onde o zika
já repontou, esse protetor se afigura necessário. Nos tempos de Getúlio
Vargas e Juscelino Kubitschek - dois grandes presidentes do Brasil - essa
endemia fora considerada extinta. Na verdade, o maior problema - que também se
repete na península da Flórida - é o turismo, tanto legal, quanto ilegal, que
traz na bagagem esse soez mosquitinho, cuja fêmea se especializa em transmitir
doenças tropicais, como a dengue e o zika.
Com o povo brasileiro, vamos torcer
para que tudo saia bem. O Brasil, como um país de là-bas (com diria de
Gaulle[1]) é grande por
natureza e já tem várias coisas a mostrar na sua cidade dita maravilhosa, que
atende pelo nome de Rio de Janeiro.
No festival da abertura, terá seu
dia para mostrar ao que veio. Como, por exemplo, a invenção pelo brasileiro Santos
Dumont do primeiro voo com o mais pesado do ar - o Catorze-bis cuja experiência foi
presenciada pelo povo parisiense. Já o
experimento rival dos Irmãos Wright -
que a grande potência batizara como o inventor da aviação - careceu de uma
catapulta para ser lançado aos ares...
( Fontes: The New York Times,
O Globo, Rede Globo )
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