quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Cobertura estrangeira das Olimpíadas do Rio

                         
       Como é a realização de Olimpíadas em país do Terceiro Mundo? Pelos comentários do New York Times, tanto de seu encarregado do desk esportivo, quanto de uma paulista, free-lancer do mesmo jornal, o leitor brasileiro há de colher impressão similar.
       A crítica, bem-humorada ou não, lhes permeia os despachos para o jornalão de Manhattan. O leitor colhe a impressão da precariedade da estada do correspondente americano e, sobretudo, a má-vontade da nossa reporter paulista.
        Infelizmente, de vez em quando, o festival olímpico terá de realizar-se em outras cidades que não a terra de Tio Sam, onde a segurança para todos é perfeita (com a exclusão, talvez, dos afro-americanos).
        Se a democracia brasileira vai bem obrigado - que maior prova tenha de realizar, junto com o festival olímpico, que se ver livre do governo corrupto e ineficaz de Dilma Rousseff, com o cumprimento da lei, dentro da liberdade constitucional e com as plenas franquias para a defesa do regime do Partido dos Trabalhadores, apesar de todo o peculato? - o nosso Povo participa com a sua alegria habitual nesse grande festival do sport.
        Os Estados Unidos e seus nacionais são e serão bem acolhidos no maior país da América do Sul, que é grande por natureza e, por isso, não tem complexos com a maior potência das Américas. Recordo-me, quando era embaixador na Guatemala, que esposa de encarregado de negócios americano fez demasiadas perguntas sobre o nosso país - para o qual ele estava sendo transferido - se ela encontraria isto e aquilo no comércio de Rio e São Paulo? Tanto indagou que o maridão perde a paciência e lhe diz: fique calma que estamos indo para um país soberano!
          Há coisas que não concordo - e os meus dezessete fiéis leitores - é este temor fóbico - acoplado com a insana busca pelos defeitos - dos repórteres estadunidenses com os perigos do subdesenvolvimento. O pensador do Alvorada quando confrontado com obscuras decisões da autoridade governamental, respondera para um companheiro sul-americano: não há nada de seguro no subdesenvolvimento! Aquilo desconcertou o irmão sul-americano, trazido à própria comum realidade  de forma um tanto brutal.
          Mas voltemos ao grande festival olímpico, que em breve se abrirá  com todos os seus espetáculos.  O repórter, entre outras inquietudes, nos fala do mosquito, que para ele é um íncubo, com as ameaças que a fêmea do Aedes Aegypti traz. Para enfrentá-lo, o repelente é indispensável. Na verdade, tanto aqui, quanto na Flórida, onde o zika já repontou, esse protetor se afigura necessário. Nos tempos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek - dois grandes presidentes do Brasil - essa endemia fora considerada extinta. Na verdade, o maior problema - que também se repete na península da Flórida - é o turismo, tanto legal, quanto ilegal, que traz na bagagem esse soez mosquitinho, cuja fêmea se especializa em transmitir doenças tropicais, como a dengue e o zika.
            Com o povo brasileiro, vamos torcer para que tudo saia bem. O Brasil, como um país de là-bas (com diria de Gaulle[1]) é grande por natureza e já tem várias coisas a mostrar na sua cidade dita maravilhosa, que atende pelo nome de Rio de Janeiro.
             No festival da abertura, terá seu dia para mostrar ao que veio. Como, por exemplo, a invenção pelo brasileiro Santos Dumont do primeiro voo com o mais pesado do ar - o Catorze-bis cuja experiência foi presenciada pelo povo parisiense.  Já o experimento rival dos Irmãos Wright - que a grande potência batizara como o inventor da aviação - careceu de uma catapulta para ser lançado aos ares...

( Fontes: The New York Times, O Globo, Rede Globo )




[1] Charles de Gaulle (1890-1970), herói e presidente francês (1958 - 1969).

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