Foi em constituição aprovada no período
de Hugo Chávez que se inseriu o
instituto do recall na Constituição
venezuelana. Em um de seus governos,
Chávez se submeteu à dita prova constitucional, e logrou sobreviver no poder.
Por sua vez, o próprio inepto
discípulo e sucessor, Nicolás Maduro tudo faz agora para
inviabilizar o exercício desse instrumento constitucional. É compreensível -
embora seja inaceitável - que o desastroso primeiro mandatário atual na
Venezuela se empenhe de toda a forma para que o recall não se realize nos prazos constitucionais. O que ele deseja
é postergá-lo para que, quando afinal estiver utilizável, não mais será
possível afastar Maduro para eleger representante da oposição. Depois de
recorrer a infindas protelações, o regime obterá uma antissolução para o povo
sofrido da Venezuela. Artifício constitucional excluirá a possibilidade de eventual
substituição por representante da Oposição.
Defrontar-se-á então a solução
amarga e fajuta de trazer mais do mesmo para o governo.
Nunca se viu - como se depara agora - governo
tão corrupto e tão incapaz quanto o do caminhoneiro Maduro.
Apesar da gravidade extrema da
situação do país - de verdadeiro
desastre em termos de ínfima qualidade de vida em que a corrupção e a inépcia
do governo chavista tranformaram a Venezuela - Maduro, para assegurar-se um
poleiro de sobrevivência política na catástrofe criada pelo regime cada vez mais entrega poder aos militares.
Nem as ditaduras castrenses - a
última foi a do coronel Pérez Jimenez - no entanto fizeram tanto estrago na
qualidade de vida venezuelana, quanto o atual governo de Maduro.
Já nem se fala na hiperinflação, no descalabro
do abastecimento - o governo venezuelano
se vê forçado ao singular vexame de abrir suas fronteiras a países vizinhos,
para que a própria sofrida população possa reabastecer-se às carreiras nos
supermercados de Colômbia e Guiana...
Para o mau governo, no
entanto, não há fim para os males que a miséria e a falta de oportunidade
acarretam, ainda mais quando devidamente assistidas pelo infernal mecanismo da
corrupção. Em região vizinha de Caracas surgiu suposto eldorado, um sucedâneo
do fenômeno Serra Pelada, que foi aqui
imortalizado por fotógrafos como Sebastião Salgado. Lá, no entanto, com as minas de ouro inundadas pela água, apareceu formigueiro
humano ainda potencialmente mais nocivo. Pelo calor ambiente, não havia para a
multiplicação de mosquitos terreno mais favorável. O que agravou o quadro foi a
pré-existência da malária na região. Infectada pelo mosquito anopheles, essa água venezuelana contribuiria
para dar outra finalidade social à pobreza, agora também reconhecida como
vetora da malária, transportando-a para a área metropolitana de Caracas. Disso
se encarregariam os mineradores, ao
voltarem desse peculiar eldorado
para a área metropolitana de Caracas.
A situação social da
capital, que generaliza afinal o desabastecimenteo com a sua falta de insumos e
remédios, comporia e pioraria a situação, trazendo para a penúria caraquenha um
senhor agravante, a que a carência de
remédios e as condições da
miséria, com a sua indigência ambiente, só tendem a agravar.
Se juntarmos ao mau governo
de Maduro, o brutal agravamento da situação social, temos por fim constituída
na burguesa Caracas, antes próspera e aprazível, mas não comprometida com as
realizações chavistas, agora uma sucursal do Inferno, que só não se compara ao
de Dante, porque afinal de contas lá se vive no antiprogresso de um regime
fracassado, que não é o caso da Cidade-estado de Florença, que baniu Dante
Alighieri para as terras circumvizinhas da Toscana, mas em condições medievais
relativamente melhores do que as hoje vividas pelo povo local na sociedade dita
bolivariana. Se Dante se lamenta na sua obra prima da Comédia quanto mal sabe o pão do exílio, gostaríamos de sua opinião
sobre essa especial criação do sucessor de Hugo Chavez Frias, vale dizer o
chamado inferno chavista.
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