quarta-feira, 2 de março de 2016

Trump prevalece na Super-terça


                              
        O favorito no campo republicano, Donald Trump, venceu em Massachusetts, com 49% dos votos, e também em Alabama, Georgia e Tenessee, e com percentuais mais baixos, em Arkansas, Vermont e Virginia.

        Entre os adversários no GOP, o Senador Ted Cruz ganhou no Texas (44%), Oklahoma e Alaska, prevalecendo sobre o adversário direto, Sen. Marco Rubio, que venceu tão somente em Minnesota, com 37% dos sufrágios.

        Como Rubio antes reivindicara assumir o cetro de principal desafiador de Trump, esse sofrível desempenho  o deixa em posição bastante difícil.

         Os demais integrantes do pelotão do GOP tiveram desempenho medíocre na Super-Terça, e são sérios candidatos a pularem fora da competição.

          Trump, em verdade, não teve a performance avassaladora que se esperava (ou se temia). Somente em Massachusetts quase obteve a maioria absoluta do total, e nos demais estados, atingiu  percentuais  altos, porém longe dos 50%, por força do número de pré-candidatos restantes no campo do GOP (cinco).

           Ted Cruz semelha consolidar-se, assim, como o runner-up[1] de Donald Trump. Por sua vez, Marco Rubio, depois de alardear altas pretensões - oferecendo-se até para ser o adversário único  de Trump, e por conseguinte o campeão da causa da direção partidária do Grand Old Party - não é que, de repente, nesta manhã de 4ª feira, dois de março, olha para trás e vê as três vitórias de Ted Cruz, contra a sua magra performance, com uma vitória isolada (pouco mais do terço dos sufrágios, em Minnesota) .

           Por sua vez, a alta hierarquia do GOP, literalmente apavorada com o desempenho de D. Trump, que ela pensara fosse apenas figurar como o favorito do verão. Agora, ela o vê cada vez mais bem posicionado para arrebatar a nomination. Depara-se, por conseguinte, com o problema de o que fazer para tentar brecar ao maverick[2] Donald Trump. Como opção teria apenas o Senador pelo Texas, Ted Cruz, embora cogite igualmente de tirar do chapéu, se possível, um grande nome partidário, representante da elite dominante no Partido Republicano.

           Esta teme o independente Trump como que precipitando catastróficos comícios em novembro p.f. com a eventual perda do Senado pelo Partido  Republicano, o enfraquecimento do predomínio na Câmara - a que o gerrymander pró-republicano pós-shelacking (tunda) amortecerá o impacto da real maioria democrata (só um milagre político devolveria Nancy Pelosi à curul de Madam Speaker na Câmara de Representantes). O restabelecimento da normalidade republicana - e aqui me refiro não ao GOP,  porém aos Estados Unidos da América - deverá levar ainda tempo, para que tais empecilhos a que a Câmara reflita a realidade do pensamento político americano possam ser legalmente afastados....

 

( Fontes:  The New York Times, site de  O Globo )




[1] Adversário direto.
[2] Impetuoso, autônomo.

Nenhum comentário: