A base política de Dilma, pelos próprios cálculos
governamentais, vai ficando mais perto. Estariam eles no limite dos 172 votos
necessários para barrar o impeachment
da Presidenta.
Há quinze dias atrás, antes da
divulgação da delação premiada do Senador Delcídio Amaral, segundo os cálculos
do Planalto, Dilma contava entre 240 a
250 votos, a seu favor.
No esforço de tentar reverter esse
quadro adverso, Dilma cogita de montar
em Palácio força-tarefa a ser coordenada por Lula, seja ele liberado ou não
para virar Ministro de Estado.
Vista do outro lado - vale dizer dos
deputados dispostos a votar contra Dilma Rousseff, e portanto
sufragando o pedido de impeachment
- será necessário o apoio ao dito impeachment de 342 deputados, na votação
em plenário.
Ao aumentar o risco de derrota na Câmara
dos Deputados, a Presidenta orientou a própria equipe jurídica a preparar
recurso ao STF. Assim, aprovado o pedido
de impeachment, esse recurso ao
Supremo visa a judicializar o processo.
O pedido de afastamento de suas
funções, que está em comissão na Câmara, dependeria do dito apoio de 342
deputdos. Tentando atrapalhar o
procedimento na Câmara, deputados petistas entrariam com medidas judiciais no
Supremo.
Por outro lado, Dilma Rousseff pretende
reforçar a ofensiva no Senado. Como se
sabe, se a Câmara de Deputados a aprovar, será a Câmara Alta que dará a última
palavra sobre a sua deposição.
Aí
entraria o ex-Presidente Lula da Silva, que pretende articular-se com o Presidente
Renan Calheiros e a chamada base governista.
Em todo esse planejamento, se parte do
pressuposto que a opinião pública e os demais partidos, inclusive o PMDB de
Calheiros, ficariam inertes, observando a movimentação de Lula da Silva.
Far-se-ía de conta que a opinião
pública não existe, ou não se manifestaria, o que é dar prova de excessivo
otimismo. Dada a mediocridade de Dilma - que, pelo visto, é o seu atributo
principal para acirrar as forças pro-impeachment - e a posição de Lula - que já
não é mais aquele personagem extremamente popular - somadas à pressão da
sociedade sobre os senhores senadores, capitaneados pelo risonho mas também
alvo do Ministério Público Federal, o
Senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o Palácio do Planalto deflagra ação no
Supremo contra o Ministro Gilmar Mendes e (contenham a respiração) passa a
acusar o juiz Sergio Moro de pôr em
risco "soberania nacional".
Em manifestações distintas, a AGU
pediu a suspeição do Ministro Gilmar Mendes para decidir sobre a nomeação de
Lula da Silva para a Casa Civil; assim como, houve por bem acusar o Juiz Moro
de colocar em risco a "soberania nacional", ao divulgar gravação de
comunicação telefônica entre o ex-Presidente e a Presidenta Dilma Rousseff.
Alvo da Lava-Jato , o ex-Presidente Lula da Silva foi nomeado para a Casa
Civil na passada semana, mas a decisão provocou uma altercação jurídica, com
partidos políticos, entidades várias e
ações populares a questionarem a legalidade da posse com ações no Supremo
Tribunal Federal.
As dezessete ações contrárias à
posse afirmam que a nomeação foi
manobra da Presidente da República para
o petista escapar do Juiz Moro, a fim de ganhar foro privilegiado, com o que
passaria a ser investigado no âmbito do Supremo Tribunal Federal.
Dilma, agora por meio de Cardozo da
AGU, reagiu afirmando que o Ministro Gilmar Mendes afrontou a presunção de
inocência e não teria imparcialidade para atuar no caso eis que "se
manifestou fora dos autos".
No texto, o ministro Cardozo - é
importante não esquecer que ele caíu do Ministério da Justiça para a AGU - pede
que seja anulada a decisão do Ministro Gilmar Mendes, eis que alega a sua
suspeição dele por causa da advogada Marilda de Paula Silveira, signatária de
um dos mandados de segurança (do PPS). A dra. Marilda é uma das coordenadoras
do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de que o Ministro Gilmar é
coordenador acadêmico. Gilma nega, a propósito, relação pessoal com a advogada.
A AGU, por outro lado, afirma que a "decisão
de divulgar o conteúdo de conversas
envolvendo a presidente da República coloca em risco a soberania nacional, em
ofensa ao Estado democrático republicano."
Por outro lado, "o ex-Ministro
Walfrido Mares Guia afirmou, nesta segunda-feira, dia 21 de março, que empresta
seu avião Cessna Citation CJ3 ao petista (no caso o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva) na "forma de gentileza e amizade".
"Walfrido reagiu irritado
quando questionado sobre o uso de sua aeronave, afirmando que já deu essas
informações até por escrito.
"Nas vezes em que ele (Lula da
Silva) anda no meu avião, eu cedo. O avião é meu. Empresto para quem desejo",
afirmou.
Walfrido disse ainda que Lula não
pediu seu avião emprestado para as viagens a Brasília em que tratou de sua
nomeação para a Casa Civil.
"Agora, o Instituto Lula e a
empresa dele é que têm de resolver. Como ministro, não pode andar de avião de
amigo." (...)
"Em Brasília, Lula costuma se
hospedar no hotel Royal Tulip Brasília Alvorada, próximo ao Palácio da Alvorada
e com vista para o lago Paranoá."
(...)
"Mesmo impedido pelo STF de
assumir o posto de ministro-chefe da Casa Civil, Lula foi escalado pela presidente
Dilma Rousseff para (
exercer,
informalmente, a partir desta segunda, a articulação política do Palácio do
Planalto.
" O ex-presidente esteve em
Brasília nesta segunda para reuniões com Dilma na qual iria definir o futuro de
sua situação no governo."
(Fontes: Folha de S. Paulo e O Globo)
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