segunda-feira, 21 de março de 2016

Está chegando a Hora


                                       

           Para democracias como a brasileira, o melhor regime é o parlamentarista. Se nada de firme e duradouro há no subdesenvolvimento, a rigidez do presidencialismo não se adequaria como regime para o Brasil.

           É necessário que países como o nosso tenham regime político que seja mais flexível e que, dentro da democracia, corresponda aos anseios populares.

           O regime presidencialista é próprio das democracias estáveis, como os Estados Unidos, por exemplo. Ouvi há muito tempo - e tive de concordar - que não há nada de seguro no subdesenvolvimento, e os governos que se esquecem desta lei - que independe de parlamentos - não costumam ter vida longa.

            Assim, quem hoje se encontre nos paços republicanos, pode ser uma presença anacrônica de realidade que já se derreteu faz tempo.

             Por isso, à volubilidade que é pétrea característica do país subdesenvolvido - e não me venham com estórias  que o Brasil já terá superado tal fase - deverá corresponder a flexibilidade do parlamentarismo.

              Antes do golpe militar - melhor diria, a quartelada, pois disso não passou  - de 1889, o Brasil era considerado como uma república nas Américas - e quem o disse não foi brasileiro - pelo respeito aos direitos de seus súditos e a liberdade de pensamento e opinião que aqui vigorava.

              Depois disso, aos trancos e barrancos, empreendemos longa caminhada. Como é comum nas jornadas compridas, mais uma vez chega hora de decisão, em que o que aí está se aferra a situações passadas - que, de resto, se adaptam à maravilha aos seus por vezes inconfessáveis interesses.

               Surpreenderá que esta gente não trepide em recorrer ao autoritarismo, para tentar sobrepor-se à enorme maioria que dela está farta, pelo que tem feito, ao arrepio da lei e do sentimento nacional, uma vez mais expresso a treze de março corrente?

               Hoje a comédia, se algum dia o terá sido, se transforma em farsa, e a nada republicana empáfia que alardeiam, contrariada nos tribunais, pede deles  mundos e fundos na esperança de, pelo menos, obterem algumas migalhas, que os habilitem a prevalecer contra a corrente e a vontade amplamente majoritária de uma Nação que já se cansou dessa gente.

                  Demonstrando suspeição de ministros do Supremo, a defesa do ex-presidente Lula da Silva e o governo Dilma Rousseff apelam ao STF para tirar das mãos do Ministro Gilmar Mendes todas as decisões que digam respeito ao petista.  E em linha similar, desejam barrar qualquer decisão do Juiz Sérgio Moro sobre Lula da Silva, até que o plenum do Supremo se manifeste sobre a questão.
           

                 E não páram por aí. Querem também que o relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, o Ministro Teori Zavascki, assuma o caso Lula da Silva, eis que, ao que parece, o ex-Presidente teme pela possibilidade de ter a sua prisão decretada em primeira instância.

 

                 Como diziam outros, olé !

 

 

(Fonte:  O Globo)

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