Para democracias como a brasileira,
o melhor regime é o parlamentarista. Se nada de firme e duradouro há no
subdesenvolvimento, a rigidez do presidencialismo não se adequaria como regime
para o Brasil.
É necessário que países como o nosso
tenham regime político que seja mais flexível e que, dentro da democracia,
corresponda aos anseios populares.
O regime presidencialista é próprio das
democracias estáveis, como os Estados Unidos, por exemplo. Ouvi há muito tempo -
e tive de concordar - que não há nada de seguro no subdesenvolvimento, e os
governos que se esquecem desta lei - que independe de parlamentos - não
costumam ter vida longa.
Assim, quem hoje se encontre nos
paços republicanos, pode ser uma presença anacrônica de realidade que já se
derreteu faz tempo.
Por isso, à volubilidade que é
pétrea característica do país subdesenvolvido - e não me venham com
estórias que o Brasil já terá superado tal
fase - deverá corresponder a flexibilidade do parlamentarismo.
Antes do golpe militar - melhor
diria, a quartelada, pois disso não passou
- de 1889, o Brasil era considerado como uma república nas Américas - e
quem o disse não foi brasileiro - pelo respeito aos direitos de seus súditos e
a liberdade de pensamento e opinião que aqui vigorava.
Depois disso, aos trancos e
barrancos, empreendemos longa caminhada. Como é comum nas jornadas compridas,
mais uma vez chega hora de decisão, em que o que aí está se aferra a situações
passadas - que, de resto, se adaptam à maravilha aos seus por vezes
inconfessáveis interesses.
Surpreenderá que esta gente não
trepide em recorrer ao autoritarismo, para tentar sobrepor-se à enorme maioria
que dela está farta, pelo que tem feito, ao arrepio da lei e do sentimento
nacional, uma vez mais expresso a treze de março corrente?
Hoje a comédia, se algum dia o terá
sido, se transforma em farsa, e a nada republicana empáfia que alardeiam,
contrariada nos tribunais, pede deles mundos
e fundos na esperança de, pelo menos, obterem algumas migalhas, que os
habilitem a prevalecer contra a corrente e a vontade amplamente majoritária de
uma Nação que já se cansou dessa gente.
Demonstrando suspeição de
ministros do Supremo, a defesa do ex-presidente Lula da Silva e o governo Dilma
Rousseff apelam ao STF para tirar das mãos do Ministro Gilmar Mendes todas as
decisões que digam respeito ao petista.
E em linha similar, desejam barrar qualquer decisão do Juiz Sérgio Moro
sobre Lula da Silva, até que o plenum
do Supremo se manifeste sobre a questão.
E não páram por aí. Querem
também que o relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, o Ministro Teori
Zavascki, assuma o caso Lula da Silva, eis que, ao que parece, o ex-Presidente
teme pela possibilidade de ter a sua prisão decretada em primeira instância.
Como diziam outros, olé !
(Fonte: O Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário