A hora é difícil para a República, mas os papéis não
poderiam estar mais marcados.
Viver para ouvir pelo noticiário da
televisão parece incrível, mas os mais velhos terão tido a impressão de
escutar, como em outros tempos, locutor entonar para os atentos ouvintes que 'é
tudo verdade'.
Será mesmo?
O que deveria ser confidencial explode
na primeira página dos jornalões, com manchetes garrafais.
E o mais triste, senhores e senhoras, é
que é mesmo tudo verdade.
Como estampa a Folha :"Presidente
atuou para evitar a prisão de Lula, indica gravação."
Por sua vez, O Globo exclama no
cabeçalho: "Diálogo ameaça
Dilma".
O terceiro personagem, o Juiz Sérgio Moro assevera: "Interesse Público Justifica
Divulgação"
Quando a comunicação desses dois personagens veio a
público:
"Manifestantes e Oposição Pedem
Renúncia".
Foram concentrações imediatas e espontâneas, diante do
Palácio do Planalto e do Congresso, em Brasília, assim como na av. Paulista. E
o carro que levava o ex-presidente foi atacado ao deixar o Instituto Lula, em
São Paulo. E panelaços por toda a parte.
Como afirma Clóvis
Rossi, "iniciativa de Dilma é clara tentativa de obstrução da Justiça”.
E em complementos consonantes:
"Revolta deságua nas ruas com o colapso da legitimidade" (Vinicius Torres Freire);
"O governo ataca, mas estrago
político das conversas é inegável" (Bernardo
Mello Franco);
"Nomeação para o Governo é
escárnio com o Judiciário." (Rogério Gentile).
A entrada de Lula no governo foi considerada a última
cartada para barrar o impeachment da
presidente.
Por outro lado, o STF acolheu na
prática o dúbio parecer do Ministro Luis Roberto Barroso que - é bom
lembrar-se - foi escolhido para o Supremo por causa de seu artigo "Um Ponto
Fora da Curva", a respeito do Ação Penal 470.
De maneira estranha, bizarra mesmo, a
maioria do STF alegremente corroborou o parecer de Barroso, que ía contra o
voto do Ministro Luiz Edson Fachin. A posição anterior foi acoimada por
antigos Ministros, como o ex-Presidente do Supremo, Ministro aposentado Carlos
Velloso
No entanto, apenas dois ministros deste
Supremo discordaram do parecer Barroso - Gilmar Mendes e Dias Toffoli. A
maioria do Supremo ignorou o artigo 2 da Constituição, quanto à independência e
harmonia dos poderes, e ao arrepio das disposições da Câmara mandou na prática
anular a eleição da Comissão Especial, a par de conceder ao Senado prevalência
sobre a Câmara, podendo inclusive mandar arquivar o processo do impeachment. Tudo isso estranhamente
para favorecer a Presidente Dilma Rousseff, que provocou, pela própria inépcia
e descomunal incompetência, a apresentação de petição pelo impeachment assinada pelo Dr. Hélio Bicudo e o Dr. Miguel Reale
Júnior.
As manifestações pelo país, e em
particular em São Paulo e Brasília - está prevista uma no Rio de Janeiro - são
em repúdio à nomeação de Lula da Silva para Chefe da Casa Civil.
Agora, o Juiz Federal Itagiba Catta
Preta Neto, da 4ª Vara do Distrito Federal aceitou ação da Oposição, em forma
liminar, anulando o termo da posse.
Não compareceu também à cerimônia o Vice
Michel Temer, que alegou desrespeito da Presidente Dilma, que dera posse a
filiado ao PMDB como Ministro, ao arrepio da recente disposição da Direção do
PMDB, pela saída do PMDB do governo Dilma Rousseff.
( Fontes: Globo, Folha de S. Paulo, site de O Globo)
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