A causa imediata de mais uma crise na tentativa de
Dilma Rousseff vencer o desafio do Impeachment se deve à ... própria Dilma!
Não sabendo controlar os próprios
impulsos, e sem sequer ouvir quem entende de política (que obviamente não é
exatamente o caso de dona Dilma Vana Rousseff), a Presidenta cometeu mais uma
monumental calinada.
A atitude intempestiva da Presidenta
mandando demitir o presidente da Funasa, Antonio Henrique de Carvalho Pires
(que é do PMDB) foi uma retaliação. A razão de Dilma é para manifestar o próprio desagrado com a determinação
do PMDB de manter a reunião de seu
Diretório Nacional para terça-feira, 29 de março corrente.
O principal tema na agenda dessa
reunião é a discussão e votação sobre o rompimento do PMDB com o Governo. Dilma
ficou irritada com a negativa do PMDB em adiar a aludida reunião.
Nesse sentido, ela terá achado
apropriado demitir o Presidente da Funasa. Sendo o PMDB o principal aliado do
governo petista, esse comportamento de Dilma não poderia ser mais esdrúxulo e anti-político.
Pensando que tal ato seria
suficiente para induzir o PMDB a mudar de atitude, surpreende o primarismo da
Presidente e a sua total falta de bom senso e tirocínio político.
Na situação em que se acha, com a sua impopularidade, pasma que ela
possa pensar-se em condições de forçar o PMDB a mudar de atitude.
O poder tende a afetar o pensamento
dos governantes, mas qualquer assessor com um mínimo de experiência trataria de
demovê-la dessa postura, que surpreende pelo irrealismo.
Quinze diretórios estaduais já se
manifestaram pelo rompimento. Com a sua prepotência, o que fez Dilma Vana
Rousseff foi apressar o processo de sua queda.
Pensando dar um pontapé no antes
dócil e caudatário PMDB, o que fez foi apressar o processo de afastamento do
principal aliado e, o que é para ela muito pior, tornou o movimento inercial
pro-impeachment muito mais forte.
Antes desse gesto estúpido, o impeachment parecia possível. Hoje ele
se torna provável
É difícil encontrar um pavio mais curto do
que o da senhora Rousseff. Além de curto, confirma com todos os efes e erres a
colossal ignorância da prática política de quem - pamem! - foi eleita por duas
vezes Presidente da República!
Com o virtual desligamento do PMDB da
aliança, deve alastrar-se a insurreição contra o Governo Dilma que , em breve,
só poderá contar com o PT e o caudatário PCdoB.
Depois da estrondosa manifestação
nacional do dia treze, aumentou o nervosismo na dita base governamental. Diante
de um PMDB, que deve selar a separação na próxima semana, há de crescer o
movimento de afastamento de governo impopular. Sua sustentação derrete como
barra de gelo prematura e imprudentemente colocada ao ar livre, na presente
canícula - e, por cúmulo, sofre castigo mofino e estúpido de quem tudo deveria
fazer para compor e não desagradar quem virou garante de um barco que faz água
por todos os lados - o que é isso, senão a oportunidade pedida e mesmo cobiçada
de livrar-se afinal da carga inútil de um governo que não mais tem ratos em
seus porões (pela simples razão de que todos fazem água, ameaçando sempre mais afundar o
barco).
Se a senhora não é do ramo, dizem
eles, não será nosso problema, que a aguentamos faz muito. Alguns poucos,
decerto, porque sentados em altas curuis, ainda se chamam dilmistas, mas a
garrafal ignorância política dessa Senhora, fustigando a mão que busca
acariciá-la, não há mais de aguentar o rojão.
E o castelo de cartas de um governo
impopular, que o Povo abomina, como pode ser defendido por quem vive
politicamente desse mesmo Povo?
Será um falso problema, que a burrice
garrafal de dona Dilma Vana ajude o PMDB a livrar-se da carga inútil de um
governo condenado!
E a culpa é da Presidenta, a eterna
neófita na política, ou de quem a colocou onde agora está?
Digamos que é dos dois: dela, porque
qualquer outro, com mediana inteligência, já teria dominado tais conhecimentos
elementares; dele, porque pensou ser mais esperto do que todos.
E se por acaso alimentasse dúvidas, o seu mentor terá realizado
a gravidade da ameaça já a partir da demonstração nacional de treze de maio.
Como diziam de Aníbal os romanos - o inimigo
está nas portas de Roma! O pior para Dilma é que a símile não mais se aplica,
pois ela mesma cuidou de abrir-lhe as portas...
( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )
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