quarta-feira, 2 de março de 2016

Trincheiras da Liberdade - 16


                                  
         O desgoverno chavista na Venezuela continua impávido, acumulando tropelias, ilegalidades e, mesmo, inconstitucionalidades.

         O Presidente Nicolás Maduro Moros, que realiza uma das piores administrações que imaginar-se possa, tratou de impedir que a vontade do Povo Venezuelano, expressa pela votação popular favorecendo a eleição de grande maioria de deputados da Oposição, possa produzir resultados efetivos.

          Depois da manobra, realizada em seguida à posse da nova Assembléia com maioria da oposição, o Tribunal Supremo de Justiça acolhera a contestação de grupo de deputados oposicionistas. Malgrado os protestos da nova Mesa do Parlamento, diante da demasiado suspeita suspensão de um número de deputados que desfalcaria a maioria da MUD e por coincidência somavam o número necessário que retira da Assembléia Legislativa a competência de adotar providências de alta relevância no interesse institucional.

           Nesse Tribunal Supremo, que é outra expressão do chavismo, se decidiu afastar do cargo treze juízes que ainda dispunham, na maioria, de um ano de mandato. A súbita superlotação do Tribunal Supremo chavista visa a prevenir que a Assembléia Legislativa possa cumprir, a seu devido tempo, as prerrogativas que lhe são próprias, com vistas a que a Corte jurídica pudesse responder não mais aos interesses inconfessáveis da quadrilha de Maduro e Diosdado Cabello, mas sim venham a ser colocados  em curuis porventura  vagas magistrados dignos deste nome.

              Segundo a Justiça Venezuelana, que na sua forma atual exprime apenas os interesses do chavismo de Nicolàs Maduro, a Assembleia não teria poder para revogar essas abusivas nomeações,  com o descarado escopo de impedir, através de manobras ilegais do Tribunal Supremo de Justiça que a maioria da Assembléia Nacional possa derrogar as indicações de treze juizes e 21 suplentes, realizadas às carreiras, pela antiga Assembléia Nacional, já em fim de mandato, com prazo constitucional para ser substituída por nova Assembléia Nacional, eleita  com larga maioria oposicionista, o que reflete o sonoro Não do Povo venezuelano às tropelias do Poder neochavista.

                 O único objeto desta manobra ilegal de Maduro, foi descaradamente superlotar o TSJ com juízes ligados ao respectivo partido, que acabara de ser desautorizado pelas urnas do Povo. Vê-se, por outro lado, a cínica má-fé do dito Tribunal Supremo, intentando evitar a anulação das nomeações no intervalo para a entrada em funções do Poder Legislativo com maioria da oposição, o que configura clara intenção de descumprir  a vontade popular, inequívocamente expressa nas urnas, e com enorme maioria para a Oposição.

                      Querendo manietar a Assembléia, os novéis juizes declaram que "as funções de controle político" da Assembleia não se aplicam a órgãos como o TSJ, e, extrapolando ainda mais a própria intervenção ilegal, "ou mesmo os governos estaduais e prefeituras, pois - embora possam investigar e indiciar  funcionários dessas entidades - o TSJ declara  antecipadamente a "nulidade absoluta e irrevogável" de todas as recomendações do Parlamento para a criação de comissões especiais para investigar as nomeações de dezembro".

                         O Presidente Maduro que já vive no caos administrativo de um governo ineficiente e incapaz, minado pela corrupção, e sabe-se lá o que mais, sob a inflação galopante e a consequente contínua desvalorização do bolívar, de que resulta o geral desabastecimento de  que padece o Povo Venezuelano, agora, para enterrar a estaca de cruel vindita imposta terrível à sociedade desse infeliz país, institui o caos jurídico, resmoneado por leguleios que na verdade não passam de capangas togados do Palácio de Miraflores.

                         Desvelando a estrutura e as falhas gritantes do poder chavista, gerido por Maduro e o antigo presidente da Assembléia Diosdado Cabello, a desordem é tamanha, que se tem a impressão de que a festa de Baltazar deverá findar breve. Na indizível confusão do soçobrar, na desmoralização da corte chavista, subsistem dúvidas se o Tirano dessa nova Babilônia poderá entrever nas paredes do palácio as azíagas sílabas da queda iminente.

 

( Fonte subsidiária:  O  Globo )  

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