Contra Bernie
Sanders, o rival que não está tão fraco quanto recentes comentários na
imprensa anunciavam, Hillary Clinton
obteve vitória maiúscula nesta super-Terça
Feira.
Fez uma razzia (devastação) no Sul profundo (Texas, Tennessee, Alabama,
Georgia, Virgínia, Arkansas) e ainda vence no fio da navalha, no ultra-liberal
Massachusetts (50%).
A sua maioria no eleitorado
afro-americano, está na base de 60% em
quatro estados, inclusive o Texas,
com 70% na Georgia e 80% no Alabama.
Conhecedores da sua longa militância no Sul, o voto negro a apoiou de forma
maciça, chegando em certos estados a ultrapassar o que Barack Obama tinha
obtido desse importante segmento do eleitorado democrata. Com a quase nenhuma
participação de B.Sanders em defesa
dos negros - só conseguiu produzir uma foto desfocada de 1963 - este sólido
ativo da ex-Secretária de Estado - o apoio do voto afro-americano, de grande
peso nos sufrágios democratas - tende a ser trunfo temível para o adversário.
Por outro lado, surpreende que
arrebate Massachusetts, próximo da base de Sanders, e com menor participação do
contingente afro-americano.
No momento, Hillary tem já cerca de
metade dos delegados 'pledged'
(comprometidos) necessários para arrebatar a cobiçada nomination. Isto
sem falar dos chamados superdelegados,
que já afluíram para o seu ticket com
grande vantagem em relação ao direto adversário. Bernie Sanders, além de vencer no estado
natal, Vermont, ganhou tambem em Oklahoma e Colorado, estados com perfis liberais
que se encaixam na respectiva base de apoio do Senador populista.
O New York Times, nas suas habituais contradições, apesar de endossar
a candidatura de Hillary Clinton (anteriormente havia apresentado artigos
ambíguos com relação ao irmão de Hillary, e faz pouquíssimo publicou longo
artigo[1] - em
duas partes - no qual questiona a influência de Hillary no que concerne ao
desastre na Líbia ), reconhece que Bernie Sanders precisará de landslides (avalanches eleitorais) para
mudar o jogo.
Ainda falta muito para declarar
que Hillary já tenha a vitória assegurada. Mostra, no entanto, ao contrário de
muitos observadores, que a sua parcela no voto negro - e o apoio que tem de
outros segmentos, como o da classe A, e dos idosos - semelha montar um percentual
no sufrágio democrata, de que o concorrente Bernie Sanders careceria de colher triunfos com sólidas maiorias, com
pelo menos vinte por cento de vantagem,
o que por ora não se divisa no visível horizonte.
Mas a política é o que é, e os
triunfos surgem e são coroados pela Convenção. Antes disso, o caráter lábil dos
sufrágios e as muitas armadilhas que cercam os grandes candidatos, aconselham cautela.
Como diz o americano "so far, so good", i.e., por
enquanto vai bem. O por ora especialmente positivo é que, apesar do súbito
crescimento do rival Sanders, Hillary mostra nesta Super-Terça-feira ótimo desempenho, com comportamento nas
primárias que relembra - e aí está a ironia - aquele de seu rival vencedor em
2008, Barack Hussein Obama.
( Fonte: The New York Times )
Nenhum comentário:
Postar um comentário