Angela
Merkel seria a grande derrotada nas eleições regionais em três
departamentos da Alemanha.
Os eleitores na Renânia-Palatinado e no
Baden-Wurtemberg deram a preferência, respectivamente, ao SPD (Partido Social
Democrata) e ao Partido Verde. Cresceu bastante a legenda do AfD, sigla
populista de direita, com plataforma anti-refugiados, e sobretudo na
Saxônia-Anhalt (antes pertencente à Alemanha Oriental).
Líder do AfD, Frauke Petry disse não importar-se
que nenhum partido pretenda fazer alianças com sua legenda.
De qualquer forma, Frau Merkel continua
como a principal líder alemã. No atual
sistema, a CDU (Partido Cristão-Democrata) teria 35% dos votos. A notar-se que
é aliada natural da CDU, a CSU, a
União Cristã-Social, filial bávara da Democracia-Cristã, o que somaria mais uns
5%.
Apesar do descontentamento com a sua
corajosa política de acolhida a refugiados (em vivo contraste com as políticas
timoratas de tantos líderes ocidentais, como Barack Obama, François Hollande e
David Cameron), a Merkel venceria pleito direto, com 50% dos votos. Assinale-se
que no sistema vigente, a CDU, seu partido, obteria 30%, o bastante para assegurar a formação do
gabinete, em grande aliança com a SPD (social-democrata).
Como se verifica, por conseguinte, a
despeito das advertências e das sombrias ameaças quanto à possibilidade de
soçobrar nas ondas de reação anti-refugiados, a Chanceler Angela Merkel, com
coragem, mostra que esses dois polos - a boa política e a abertura aos
refugiados - não são necessariamente antinômicos, nem a salvação no poder está
necessáriamente nos braços da excessiva cautela ou prudente covardia, como
vemos refletido em diversos Estados do Ocidente.
E como falamos de ética e poder,
algumas considerações cabem sobre as manifestações de anteontem. Mostram, para
aqueles que querem ver, que a atual Presidenta tem os dias contados no
poder. Um mínimo de sensatez política penderia
para levar avante o impeachment.
Se a permanência de Eduardo Cunha na presidência da Câmara é complicador, dada
a sua condição que o inabilita a tocar avante o processo, a solução será a de
ir avante, e sem mais delongas.
Parece-me abraço de afogado a solução
de colocar Lula no governo, na teoria como articulador-geral, e na prática como
governante, na tentativa de virar o jogo - que já está na prorrogação.
Sendo o propósito blindá-lo das
investidas do Ministério Público e do Juiz
Sérgio Moro, falta a Lula autoridade jurídica, política e moral para essa
proteção que vai ao arrepio da grande maioria
do Povo brasileiro e do próprio Congresso.
Como toda a manobra que tem no
desespero as suas raízes, ela não deverá preponderar.
Quanto a Dilma, este erro
catastrófico de Lula, ela deve renunciar. Como presidente foi um desastre - é
até melhor não enumerar o seu legado negativo - e deve poupar-se, se tem
respeito aos milhões de votos que foram nela desperdiçados.
Lula infelizmente com toda a sua
proficiência lançou a semente maldita, e como tudo que é errado acaba por
repontar, pode inclusive destruir-lhe parte do legado.
É melhor enfrentar a Lei do que refugiar-se
nos meandros de política que já se provou desastrosa.
Quem não deve, não teme.
E para que negar-se ao apelo de
milhões de brasileiros que sairam pacificamente às ruas neste domingo que, quer
queiram ou não, marcará a História do Brasil por meio da
maior manifestação política de sua História?
( Fontes: Folha
de S. Paulo, O Globo )
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