Desaba a Bolsa Chinesa
O pregão em
Xangai caiu 31% em um mês. Desde ontem, o nervosismo se estendeu a outras
bolsas. No Brasil, os temores com a
China fizeram o dólar subir para R$ 3,23. Nos Estados Unidos, a bolsa de New
York caíu 1,47%. No Brasil, o Ibovespa caíu 1,07% para 51.781, sob o duplo
impacto da corrida na bolsa chinesa e a consequente queda de 11% na cotação do
minério de ferro.
Como o Brasil
continua como grande exportador de matérias primas (minério de ferro, soja,
etc.), e a China tem sido a grande importadora, não é dificil chegar à nervosa
conclusão em que caíram os inversores no mercado.
Segundo
análise de O Globo, a presente crise seria decorrente ainda da falência do
Banco Lehman Brothers em 2008. Para evitar o contágio, o governo chinês terá
injetado trilhões de dólares na economia.
O resultante
excesso de liquidez produziu no mercado chinês uma bolha imobiliária, com
grandes lucros dos especuladores e cotações inchadas, e fora da realidade.
Num verdadeiro
jogo de gato e rato, as autoridades chinesas impuseram medidas restritivas ao
crédito, para pôr termo na desenfreada especulação imobiliária.
Toda essa
excessiva disponibilidade de fundos procurou então migrar para um mercado
paralelo de crédito, chamado shadow
banking.
O sucesso da repressão financeira
igualmente a esse mercado paralelo não suprimiu o erro inicial da autoridade
financeira chinesa de evitar a grande recessão através da injeção de recursos financeiros.
E mais uma vez, o inversor chinês, diante do arrocho governamental voltou a
procurar novos mercados.
Agora, foi o
mercado acionário. O excesso de recursos agora aplicados na Bolsa, de novo repetiram
o fenômeno inflacionário da bolha – crescimento artificial das cotações sem
relação com o normal funcionamento das leis da oferta e da procura.
Não é
necessário ter vivido nos anos do Dragão na economia brasileira – anos esses,
seja dito en passant voltaram pela
irresponsabilidade do Governo Dilma I - para saber-se que o excesso de numerário na
economia provoca uma alça artificial nos preços (e cotações) criando uma ilusão
de riqueza, que na verdade não passa da inchação de uma bolha. A especulação
desmedida pode enriquecer muita gente, mas está escrito nas atas da economia
desde os tempos de Mr. Law na França que essas bolhas tendem a enriquecer os
primeiros inversores, mas acabam estourando, com as ruínas e desgraças
previsíveis.
A maneira canhestra com que a autoridade
financeira da RPC tentou evitar os efeitos na própria economia conseguiu, decerto,
atrasar bastante o impacto da Grande Recessão na China, mas não há de evitar o
encontro com a hora da verdade. O que dada a maior dependência de nossas
exportações para o mercado da China não deixará de ter os previsíveis efeitos
perversos em nossa economia.
Fraqueza de Dilma
O ajuste fiscal
do Ministro
Joaquim Levy vem claudicando bastante e não por culpa da autoridade
fazendária.
Mais uma
vez, a baixíssima popularidade de Dilma Rousseff (aprovação abaixo de dez
dígitos no IBOPE) atinge e abaixo da linha d’água o programa de austeridade do
Ministro da Fazenda.
Agora é a
vez do Senado Federal aprovar a proposta que estende as regras do reajuste do salário mínimo a todos os
aposentados.
Em
desespero de causa, a Presidente – consoante anunciou o líder do PT Senador
Delcídio Amaral – deverá vetar a medida, que, se aprovada, provocará rombo
ainda maior nas contas da Previdência.
A
irresponsabilidade da chamada Base de apoio
da Presidenta – que obviamente nesta legislatura se tornou há muito uma
ficção, ficção que custa muito caro à Nação – só encontra apoio em outra
irresponsabilidade – que é a da oposição, como vem sendo mostrado há tempos
(v.g. apoio maciço da bancada do PSDB à supressão do fator previdenciário, que
é criação do governo FHC).
O Ajuste
Fiscal vai ficando em frangalhos, porque o governo Dilma não tem mais forças
para aprovar legislação que acabe com os deficits nos orçamentos da União, e em
especial na Previdência. A alegria
produto da demagogia costuma ter curtíssima duração, pois gastar acima das
posses em qualquer economia – da doméstica à pública federal – é receita de
desastre.
Desleixo e Abandono aos Predadores
Pela inação
do Poder Público, o nosso patrimônio tem sido depredado e espoliado por
vândalos e ladrões. Eles atuam com toda a liberdade, à luz do dia e de pessoas que procuram de algum modo
alertar a Autoridade, seja qual for o seu nível.
País e
cidade que não protege e não resguarda os próprios monumentos, e que permite,
seja pela inépcia, ou inação, ou vá lá o que seja, dá um triste exemplo não só
à própria cidadania, mas também àqueles que nos visitam. Que país é este que
não resguarda e não respeita as próprias estátuas de homens ilustres?
Veja-se
por exemplo o que se fez do monumento ao General Osório, na Praça XV. A sua
popularidade era tamanha que a estátua foi elevada com contribuições
espontâneas da população.
Para
que se tenha idéia do menosprezo da autoridade
diante desse saqueio de próprio nacional, é interessante ler o que diz Leônidas de Aguiar, que há 39
anos possui uma banca de jornal próxima
à estátua : “Já fiz diversas denúncias, mas a prefeitura dá de ombros. Só não
roubaram a estátua inteira porque é muito pesada.”
( Fonte: O
Globo )
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