Vence o Não
Há alegria nas
ruas de Atenas. Venceu o Não. Segundo
Alexis Tsipras, a democracia vence o medo e a extorsão.
Por outro
lado, o governo alemão reage mal. Como
se a República Helênica houvesse desperdiçado uma grande oportunidade.
Bruxelas
esperava na vitória do SIM. Queria um Tsipras enfraquecido, talvez
demissionário.
Não há triunfo
quando uma das partes esmaga a outra. A Grécia, se quiser ficar na Zona do
Euro, tem que ser monitorada, mas não humilhada. Tampouco forçada a vestir
roupa de cânhamo e aguardar horas a fio pela audiência. O tempo de Canossa já
passou.
Agora é hora
de negociar. Não de impor, mandando cortar aposentadorias feitas no limite para livrar aposentados do
prato na Igreja ou na ONG. Mas de montar algo mais inteligente, que leve em
conta o peso brutal da dívida helênica, e a maneira de fazê-la superar esse
desafio.
A Alemanha
jamais se reconciliou com o chamado Diktat
de Versailles. Tentar impor cousa similar à República Helênica seria copiar
passado odioso e forçar a vitória impossível que termina sempre em derrota.
Tenha-se
presente que na situação de agora não há vencedores nem vencidos.
O NÃO
vale mas deve evitar soberbia e insensibilidade.
Ultimos Dias de Dilma
Mais do
que animação,
há notas de excitação no ar. Em
90% dos comentários jornalísticos, se tem a impressão de que há algo
eletrizante na atmosfera. Se lermos os jornalões, ficaremos mais do que com a
pulga atrás da orelha, mas com uma insistente suspeição de que os tempos são
outros, os prazos encurtaram, e que todos (ou quase todos) agem como se Dilma
Rousseff não fosse cumprir os longos,
longuíssimos dias que lhe deu o eleitor no segundo turno do pleito.
Como nas
velhas fotografias, reveste-se daquela pátina amarelada que dá aos personagens
certo distanciamento no tempo , como se aqui não mais estivessem.Ao fitarmos as
tomadas e os filmetes da Presidente Dilma, como evitar a impressão de que é
alguém marcado pelo destino, alguém que não será presidente pelo tempo que lhe
foi solenemente comunicado na cerimônia do Tribunal Superior Eleitoral?
Ou será
que vivemos momento especial, marcado pela brevidade, e que logo se esfumará no
tempo? Mas como acreditar nisso se ao
redor o poder se esvai, o relógio do TCU se sincroniza com a esquizofrenia do
tempo, e tudo é feito, na Câmara como alhures de modo a que se pense que os
dias de Dilma presidente estão contados?
Quem é que
não sente a mutabilidade ambiente, essa marca de contagem regressiva que
ninguém ouve, mas que aparece a cada minuto nos semblantes dos políticos, nos
planos que se estabelecem e nas reuniões que se desmarcam?
Será
verdade ou não? A crise veio cedo demais, os céus se enfarruscaram e esse ar de
fim de regime, onde todas as falas pairam estáticas como se fossem inúteis, os
grandes de ontem ou se afastam, ou emudecem,
E tudo
parece em compasso de espera.
E agora,
José ?
A festa
acabou,
a Luz apagou,
o Povo sumiu,
a noite
esfriou,
e
agora, José?
e
agora, você ?
( Fontes: Site de O
Globo; Fazendeiro do Ar, Carlos Drummond de Andrade).
Nenhum comentário:
Postar um comentário