O jornal O Globo realiza série de reportagens sobre a desordem sindical. Há
muitos dados que mais do que preocupem, inquietam.
Intitulada ‘Sindicato para a Eternidade’ a
avaliação aponta vários problemas, que tem sua origem sobretudo na falta de
controle das respectivas categorias e na consequente baixa representatividade
dos respectivos dirigentes.
Como se sabe,
durante o governo do PT e notadamente com dona Dilma, como se fora capitania
hereditária a pasta do Trabalho foi entregue ao PDT. Revezam-se no ministério
os senhores Carlos Lupi e Manoel
Dias. E a outorga do ministério pelo governo petista parece feudal, eis que em
recente votação de interesse direto do dílmico governo todos os deputados
pedetistas votaram contra a posição da Presidenta.
Para começar,
não há limite para a duração de mandatos. A reportagem aponta para o Sindicato
dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Saferj). O seu presidente, Alfredo Sampaio, assumiu a respectiva
presidência em 1990. Dada a sua longuíssima permanência, há muitos problemas
conexos: além da falta de representatividade (Alfredo Sampaio é técnico e não
atleta), nepotismo (o filho é diretor da academia da Saferj) e conflito de interesses (tem uma empresa de marketing
esportivo).
A despeito de
estar há vinte e cinco anos à testa do Sindicato, Sampaio nega que se perpetue
no poder. “No ano passado”, segundo afirma “quis sair da presidência (mas) meus
companheiros me convenceram a permanecer num último mandato.” Talvez essa frase relembre os leitores de
velhos governantes que dela se servem como mantra para justificar a respectiva
permanência...
Há casos de
enriquecimento ilícito e desvio de sindicatos.
Em um mundo em que existem 10.620 entidades por onde, em 2014,
circularam R$ 3,18 bilhões de
contribuição sindical. Esse chamado imposto sindical é obtido com um dia de
salário de todos os trabalhadores com carteira assinada. O próprio governo
petista teria assentido em que o chamado ‘imposto sindical’ não fosse
fiscalizado.
A absurda
permanência dos sindicalistas nas esferas respectivas se deve à falta de termo
para os mandatos (a própria permanência nos cargos executivos federais,
estaduais e municipais acaba de ser reduzida a quatro anos, com a supressão da
reeleição...).
Em termos de
controle sindical, ninguém bateu a família Mata
Roma, que dominou por mais de cinquenta anos o Sindicato dos Comerciários
do Rio de Janeiro. Somente uma série de denúncias (desvios de verba e nepotismo)
logrou afastá-los do poder, mas ainda
não apeá-los.
A reportagem
inclui igualmente entrevista com Rita de
Cácia Almeida, presidente do Sindicato dos Comerciários de Niterói, que
recebe cerca de R$ 50 mil para presidi-lo. Eleita em 2008, ela tem mandato de
doze anos (!), podendo, portanto, ficar até 2020. Para que se tenha ideia do
nível dessa senhora, basta ler as suas declarações para o repórter: “Sabe o que
é uma história hilárica (sic)?”. E mais
adiante: “você (o repórter) pode fazer a imagem que você quiser porque eu sou púbrica (sic)!”.
( Fonte: O Globo )
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