Diante da falta de alternativa, o
Primeiro Ministro Alexis Tsipras
recomendara o não, mas em face da
resistência da Alemanha e da falta de apoios à Grécia, não havia na prática
outra opção. Mesmo aqueles que defenderiam Atenas, como se disse de François Hollande se mantiveram bastante discretos.
Sem crédito, e
Herr Schäuble, a mão direita de Frau Angela Merkel, acenando com ainda
mais rigor, que posição esperavam que o Governo do Syriza assumisse?
A República Helênica
terá se havido de cochilos de agência fiscalizadora de Wall Street, e por muito os governos da Nova Democracia e do Pasok
pensaram que nada lhes aconteceria.
Como no
ditado, um dia a casa cai e as viagens todos esses anos na maionese do Euro,
com o crédito fácil, viraram coisa do passado. E quem sofre mesmo não são
decerto os armadores, mas os aposentados, com magras pensões, vivendo hoje da
caridade de beneficência pública e da Igreja Ortodoxa.
Dos 149 membros
do bloco governamental 32 votaram contra o pacote. Um gesto fácil e
substancialmente vazio, porque sabiam que a oposição supriria os votos
necessários.
Como a situação
mudara radicalmente, não seria responsável não
apoiar o chefe do partido, que fora para o sacrifício.
Se de alguma
coisa serviu essa crise da Grécia, foi para escancarar a precariedade da zona
do Euro. É pouco provável que essa divisa não seja afetada, porque espanta o
amadorismo de sua instituição, nos tempos de François Mitterrand e Helmut
Kohl. Falta um pé no caixa do Euro, que é o do Tesouro comum.
Os gregos que
sempre tanto desejaram flanar na zona do Euro, descobrem agora que a divisa
européia lhes sai mais cara do que a encomenda ou os sonhos que acalentavam
quando nela adentraram.
Dado o
montante descomunal da dívida grega, Kanzler
Angela Merkel e seu escudeiro, Herr
Schäuble recomendam mais e mais austeridade. É uma espécie de mantra, porque
dado o seu montante, não se pode imaginar que sejam tão curtos de inteligência
para supor que a economia grega,
sufocada pela sárcina das dívidas, e atazanada pela malta dos credores,
terá algum dia faculdade de bater-lhes com a porta na cara (o sonho de todo o
devedor falido).
Quanto às
manifestações e a sua violência, quero crer que a turma anarquista, com as suas
jaquetas de couro negro, agora se ocupe de atear fogo na praça da Constituição,
ou, quem sabe, em sucursais de bancos nas vizinhanças. Além da destruição que
trazem, elas não servem a nenhum outro propósito.
Por seu lado,
tanto o Syriza quanto os demais
partidos, estão repetindo um enredo já conhecido.
O mais
engraçado – se há qualquer coisa de hilariante nessa tragédia – é que a maior
parte dos deputados reunidos no Parlamento pouco têm a ver com a situação
criada. Os responsáveis, ou dormem profundamente
como Totônio Rodrigues, ou já gozam da merecida aposentadoria...
( Fontes: O
Globo, Manuel Bandeira )
Nenhum comentário:
Postar um comentário