sábado, 31 de dezembro de 2016

Notícias de Fim de Ano (3)

                              
Meio Ambiente


             Não se deve negar  que o Governo Michel Temer tem uma certa coerência. O problema é que esta característica pode ser aplicada com fins negativos.

              Não faz muito este blog se ocupou de um projeto governamental - e que eu saiba, ainda não implementado - que endurece a questão das reservas indígenas, mas não no bom sentido, de favorecer a minoria indígena com a segurança no campo. Pelo que se depreende do brouillon (esboço) de decreto, a sua publicação não será exatamente objeto de aplausos dos setores que defendem a causa indígena. Como está, o tal projeto parece ter sido realizado por áreas proximas ao ruralismo...

               Mas os sinais ruins não param por aí. Como oportunamente noticiou na sua coluna Miriam Leitão, recentemente o governo Temer cometeu a provocação de reduzir a área de uma floresta nacional, exposta e vulnerável à grilagem. O incrível propósito é beneficiar grileiros que invadiram terras protegidas. É uma cessão mais do que aética e na verdade imoral e acintosa, eis que favorece a tal gente que não vai demorar muito em invadir mais e mais terras nesta mesma área. O Governo Federal não poderia mandar um pior sinal do que esse. Sabemos o quanto o Pará tem sofrido com a grilagem e a que ponto já avançou o desmatamento nesse estado amazônico.

                 Como bem sublinha Miriam Leitão, "o desmatamento se alimenta de sinais de fraqueza ou de cumplicidade do Estado."  Assim, "quando o governo reduz os recursos para fiscalização e controle, como fez o (desastroso) governo Dilma, e dá sinais em seguida de que vai anistiar quem grila, confirma a ideia de que o crime compensa." Esta senhora, que uma manobra inconstitucional permitiu conservasse os seus direitos políticos quando era cassada pelo Senado Federal, agora pôde ver que o seu Vice de certo modo segue os seus passos: "A mesma floresta de Jamaranxin já havia sofrido perda de tamanho na administração passada, mas nada se compara ao que o governo Temer fez:  reduziu por medida provisória em 43% o território da Floresta Nacional, aceitando a presença de produtores que mantêm na área 110 mil cabeças de gado." A alegação desses grileiros que já estavam lá quando a dita Floresta Nacional foi criada, "quem acompanha o desmatamento na Amazônia sabe que não é verdade. Eles ocuparam porque  o governo Dilma vinha dando sinais de fraqueza. Agora o governo Temer confirmou a impressão. Em junho, um policial foi morto durante uma operação do Ibama no local.  A resposta, em vez de ser mais fiscalização e controle, foi a redução da área protegida."



A audácia de Netanyahu


                  É conhecido o caráter do Primeiro Ministro de Israel, que não é de perder oportunidade diante de situações contingentes. Agora, às vésperas da saída do detestado (por ele) Barack Obama, Benjamin Netanyahu, na sua política agressiva e invasiva, contrária a um bom maço de resoluções do Conselho de Segurança das Nações, não é que  empunhando a ocasião (para ele preciosa) da próxima saída de Barack Obama da Presidência estadunidense, e a vindoura e iminente posse do amigão Donald Trump, além de convocar o Embaixador americano para consultas (numa completa inversão de papéis: o estado cliente pede satisfações da Potência protetora...), também avisa, juntando a arrogância à prepotência, que retaliará a doze países que votaram nas Nações Unidas contra colônias de Israel em terras palestinas...

                 E seja dito de paso que a postura do Secretário de Estado Kerry já havia sido decepcionante para quem acompanha a política internacional no Meio Oriente, pois se limitou a expressar tímidas reservas, pois a Administração Obama jamais teve coragem de exercer o controle devido sobre um país-cliente que age como se pudesse arrogar-se a ter uma autonomia que no passado Tel-Aviv jamais tivera em relação ao governo de Washington.



( Fontes: Míriam Leitão,   O  Globo )                      

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