segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Egito: intolerância religiosa

                    

          Na população egípcia está a mais importante minoria cristã no Oriente Médio. São cerca de dez por cento do total, o que representaria cerca de nove milhões (o Egito tem em torno de noventa milhões de pessoas).
           Nessa ampla região oriental, os cristãos formam seitas em declínio, como no Iraque, por exemplo.  Não sendo a tolerância  tendência marcada nessa vasta população médio-oriental, os cristãos fazem muita vez o papel de bode expiatório, eis que lhe são atribuídas culpas com situações e contingências com as quais nada têm a ver, excetuada a respectiva debilidade demográfica... Em todo o Oriente Médio, os cristãos formam apenas 5% da população.  Por vezes, dados os homicídios pontuais, a seita cristã, tão importante nos tempos bíblicos, hoje é apenas uma sombra de grandes nomes.
           Os coptas, no Egito, em geral, não ocupam postos no Governo, e, politicamente segregados, são, na prática, considerados como cidadãos de segunda categoria.
           Dentro de uma tendência covarde das maiorias, costumam 'pagar' amiúde por crimes que não são seus.
           Esse último atentado visou templo que era muito estimado pelos crentes coptas, o que decerto levou o Estado Islâmico a planejar e depois a comemorar as mortes (25 pessoas, na maioria mulheres e, pelo menos, seis crianças). O abandono dado pela maioria em termos de proteção a essas igrejas, e a falta de qualquer iniciativa para punir os culpados, se revolta os fiéis coptas - e tende a ser suportada no silêncio dos carneiros diante das alcateias - estimula mais atentados pela certeza da impunidade.
             As amargas vaias destinadas aos poucos representantes do poder oficial que fazem ato de presença após os rituais atos de perseguição constituem apenas um breve desafogo dos padecimentos sofridos pela minoria copta... Já em outras áreas em que a desproporção é maior, e mais forte, por conseguinte, a violência sofrida, as condolências sequer se vêem.



( Fonte: Folha de S. Paulo )

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