quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Oportuníssima Liminar do Ministro Fux

                              

         Bem haja o Supremo Tribunal Federal e, em especial, o Ministro carioca Luiz Fux, que houve por bem anular a votação  da Câmara dos Deputados, que desfigurara o pacote das dez medidas anticorrupção, na empreitada noturna de princípios de dezembro.
         Na decisão em tela, Fux determinou  que o projeto - que já havia sido encaminhado ao Senado Federal - voltasse à Câmara. Determinou, outrossim, o Ministro que o projeto comece de novo a tramitar como proposta de iniciativa popular.
           Com efeito, o texto original apoiado por mais de dois milhões de assinaturas, ao ser apresentado ao Legislativo o projeto em apreço fora oportunisticamente encampado por um grupo de deputados, e tramitara como se fora iniciativa de parlamentares.
            Fux proferiu a sua decisão em mandado de segurança de autoria do deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), que questiona a inclusão da emenda sobre o abuso de autoridade, tema estranho  à essência da proposta popular, durante a votação  no plenário da Câmara.  Nesse sentido, o ministro foi além na liminar, ao decidir que toda a tramitação estava viciada, por não ter sido feita sob o procedimento estabelecido para projetos de iniciativa popular.
              Segundo o Ministro do Supremo, no caso em tela ficam vedados "emendas e substitutivos  que desfiguram a proposta original para simular apoio público a um texto  essencialmente distinto  do subscrito por milhões de eleitores". Essa falta de respeito a uma iniciativa de tão largo apoio popular foi oportunamente fulminada pelo Ministro Fux. 
               Fux determinou, no entanto, que a matéria volte à Câmara, que deverá adotar o procedimento correto para a tramitação de projetos de iniciativa popular. Como oportunamente frisou o Ministro Luiz Fux, "há apenas simulacro de participação popular quando as assinaturas de parcela significativa do eleitorado são substituídas pelas de alguns parlamentares."


( Fonte:  O  Globo ) 

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