quarta-feira, 15 de junho de 2016

Hillary e Sanders se reúnem

                              

        Na noite de terça, catorze de junho, terminada a campanha das primárias - Hillary ganhou a última, no distrito federal de Washington, com 79% dos votos, o que reflete mais uma vez a sua força com os Afro-americanos - os dois candidatos democratas se reuniram para discutir acerca dos próximos passos a serem tomados.
        Ao contrário de Hillary, no que tange a Barack Obama, em 2008, Bernie Sanders não antecipou o seu apoio para a próxima eleição.
        Dadas as altercações no processo das primárias, os dois pré-candidatos se mostraram reservados a princípio.
        A discussão transcorreu sobre a posição a ser tomada pelo partido Democrata no processo eleitoral, a importância da união dos democratas, assim como o modo de enfrentar a ameaça colocada por Donald Trump.
        Depois dos trancos e barrancos do processo das primárias, não era de esperar que Sanders apoiasse sem restrições a candidata vencedora.
        Hillary, no entanto, tendo vencido, espera que o challenger lhe dê agora o seu pleno apoio. Durante as primárias, dezesseis milhões de americanos votaram nela, o que lhe rendeu 2800 delegados. Por sua, o adversário recebeu doze milhões de votos, e quase 1900 delegados.
        O processo mostrou dois aspectos inegáveis: Hillary é a candidata do Partido Democrata, e Bernie Sanders foi um formidável adversario. As estatísticas são, contudo, inequívocas:  no processo das primárias, dezesseis milhões de americanos sufragaram Hillary e doze milhões, Bernie Sanders. Traduzido em delegados, o processo atribuíu  2800 a Hillary e quase 1900 a Sanders.
           Por isso, na sua primeira reunião, depois dos entreveros das primárias, ambos os lados e sobretudo o perdedor, ainda não tomou qualquer iniciativa no sentido de apoiar a candidatura vencedora. É de notar-se que entre o público que apoiou Sanders (sobretudo jovens, estudantes e aqueles mais à esquerda) 28% afirmou que não votaria em Hillary.
           De qualquer forma, há consenso sobre dois pontos: a ameaça à democracia colocada por Donald Trump; e a necessidade da união do partido Democrata para a próxima campanha. Também a campanha das primárias foi descrita como um exercício produtivo...
            Além disso, voltando ao Capitólio - onde está o Congresso estadunidense - o Senador Sanders - que lá não aparecia há vários meses - foi bastante festejado por seus colegas democratas.
             Em breve se terá a Convenção de Filadelfia, que ratificará o processo das primárias e decidirá sobre a próxima chapa eleitoral do partido e sua plataforma.
             O lado de Hillary acompanha com a previsível atenção qual será a posição de Sanders no que tange à próxima fase decisiva da campanha presidencial.
              É o que se verá no futuro. Por seu lado, a campanha a ser realizada por Donald Trump, dadas as características atípicas do candidato é um enigma que pode devorar a muita gente.
              Não é só o GOP que deve estar nervoso e inseguro. Também os democratas não podem baixar a guarda, porque muito estará em jogo nesse embate.
               De que essa eleição, totalmente sem precedente se tivermos presentes os embates dos últimos decênios, pode trazer no seu bojo, somente o oráculo de Delfos se atreveria a dar prognóstico, sobretudo pelo caráter enigmático com que vestia as respectivas previsões.


( Fonte:  The New York Times )     

Nenhum comentário: