quarta-feira, 22 de junho de 2016

E se Ela escapar ? (2)

                                   


      Ao ver as fotos alinhadas dos quinze senadores 'indecisos', no que tange à respectiva posição sobre o afastamento definitivo ou não da presidente Dilma V. Rousseff, fotos essas publicadas pela Folha de S. Paulo, na sua edição de 2ª Feira, 20 de junho corrente, dificilmente o eleitor consciente , excluída uma ou talvez duas hipóteses , não sentirá aperto de coração acerca das perspectivas abertas para o Brasil.
      São quinze senadores indecisos, a favor neste momento haveria 37, e contra existem dezoito.
      Nesses termos, faltam dezessete (37 mais 17) para completar o número mínimo necessário para o seu afastamento definitivo (54). Assinale-se que para o afastamento temporário, cinquenta e cinco dos senadores votaram a favor. 
      Mais se pense e mais se tem certeza de que é um erro -  e   convite ao mais despudorado exercício de extorsão política - dividir em dois turnos  a votação do impeachment.
      Essa desfaçatez no mercadejar do voto, chega talvez ao máximo no comportamento do Senador Hélio José (PMDB-DF), conhecido em Brasília como Hélio Gambiarra, que pediu a Temer 34 cargos, entre eles as presidências do BB DTVM, dos Correios, do FNDE e de Itaipu. E não é só isso: esse senador também quer ser o líder do governo no Congresso e relatar as medidas provisórias sobre infraestrutura.  No Planalto, os pleitos do Sr. Gambiarra causaram irritação.  A respeito desse senhor, um dirigente partidário disse: "Se Hélio ficar contra o impeachment, ele morre no dia seguinte no PMDB".
        Por outro lado, há mudanças e certas posições que se definiram.  Os petistas já desistiram de Romário que alegadamente votará pelo impeachment.  Por sua vez, Marcello Crivella  (PRB-RJ) vai licenciar-se  (disputa mais uma vez a prefeitura do Rio), mas controla o voto do suplente Eduardo Lopes.  Por outro lado, Eduardo Amorim (PSDC), Vicentinho e Wilder Moraes passaram a declarar voto pró-deposição. 
         Por fim, Pedro Chaves (PSC-MS) : "Ainda estou analisando e não quero me precipitar."
         Como já adiantei em blog anterior, a única maneira de cortar esse mercadejar (ou pelo menos dificultá-lo) será proceder à votação em único turno  (como é, de resto, o procedimento adotado nos Estados Unidos da América). Transformar o processo em dois turnos é favorecer o que aí se depara, com o governo interino refém dos Senadores.

( Fonte: Folha de S. Paulo )
         


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