domingo, 12 de setembro de 2010

Colcha de Retalhos LIII

A ameaçada fogueira do 11 de Setembro

Do pastor Terry Jones, de minúscula congregação evangélica em Gainesville, na Florida, veio inaudita ameaça, a propósito do aniversário do atentado contra as Torres Gêmeas, em New York. Conforme Mr Jones, se o imame que deseja construir uma mesquita nas vizinhanças do chamado marco zero do antigo World Trade Center, ele faria uma fogueira com o alcorão.
O louco plano de Jones literalmente ecoaria pelo mundo afora, provocando manifestações e incêndios em países como o Afeganistão e o Paquistão. O próprio Presidente Barack Obama verberou a armação (stunt) do pastor, depois que a sua Secretária de Estado, Hillary Clinton, apostrofasse o absurdo e ultrajante projeto.
O próprio pastor reformularia a sua ‘proposta’, alvitrando a possibilidade de um encontro com o imame de New York. Este não teria se negado a reunir-se com Mr Jones, embora precisasse que não tinha a menor intenção de rever seus planos quanto à construção da mesquita.
Depois de um inquietante silêncio, o pastor de Gainesville – que entrementes perdera mais da metade dos respectivos fiéis – veio novamente a público para declarar que não mais realizaria a queima do alcorão.
No entanto, grande parte do mal já estava feito. Bastara a estúpida ameaça para que uma onda colérica varresse grande parte da comunidade islâmica.
E, sem o imaginar decerto na sua obscurecida visão, o pastor Jones já desencadeara manifestações, atentados e quejandos pelas terras do Islam. Os próprios líderes cristãos de comunidades minoritárias nos domínios do Profeta se apressaram em dissociar-se de tais destrambelhados propósitos, condenando a ameaça do pastor da maneira mais veemente. Não é de esquecer-se que alegadas ofensas à religião muçulmana – como há poucos anos uma inoportuna menção de Bento XVI às opiniões de um imperador bizantino acerca de Maomé – podem custar muito caro a freiras, sacerdotes e mesmo fiéis do credo cristão que porventura se encontrem em países islâmicos.
Nunca tantos se viram ameaçados por tal desarrazoada encenação de parte de alguém que não tem ideia do delicado equilíbrio que pretendia romper, nem da potencialidade para o mal que a palavra de até um pastor de rebanho de cinquenta fiéis possa ter.

Ainda a Final da Copa do Mundo de 1998

Passou desapercebida a notícia veiculada em páginas internas reservadas ao noticiário desportivo. Os brasileiros decerto não se esqueceram da melancólica atuação de nossa seleção na final da Copa na França, em 1998. Ronaldo na manhã do jogo sofrera uma convulsão. Na hora da partida, se acaso tinha condições físicas, bastava ver-lhe a fisionomia, para verificar que o craque não dispunha das psicológicas para enfrentar uma decisão de Copa do Mundo.
O desassossego de Ronaldo contagiou todo o time. Assim, durante a partida, nossos jogadores mais pareciam zumbis do que os craques que tinham conduzido o Brasil a disputar aquela final.
Tudo isso pertence decerto à história desportiva e não cabe mais discuti-lo.
O que não se sabia, contudo, é que, além de dispor desta imprevista vantagem, o onze francês, liderado por Zinedine Zidane tinha uma outra. De acordo com o jornal Le Parisien, que teve acesso ao original de livro de Jean Pierre Paclet , médico e ex-integrante da comissão técnica de futebol francês entre 1993 e 2008, vários jogadores do time comandado por Aimé Jacquet indicaram a presença de um volume anormal de glóbulos vermelhos (hematócritos) em análises feitas antes do Mundial.
Paclet não afirma que houve doping, mas insinua que a prática era recorrente em equipes do futebol italiano da época, nas quais jogavam craques do grupo, como Zidane e Didier Deschamps.
Dado o tempo que já transcorreu, as assertivas passam a relevar da história. Nesse sentido, tem uma certa razão Laurent Blanc, que também integrou a equipe campeã mundial: “Essas declarações são um tanto requentadas. Já estão passadas.”
Sem o sabermos, portanto, a coisa estava muito mais complicada para o nosso lado...

( Fontes: International Herald Tribune e O Estado de São Paulo)

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