Pelo visto, os gerarcas do PT não devem estar gostando
da política do Ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, que é decorrência da
recomendação do finado Ministro Márcio Thomaz Bastos, que convencera Lula a dar
autonomia à Polícia Federal.
O que a turma petista parece que não
entende é que essa mudança na atuação da Polícia Federal corresponde a uma
progressão democrática. A Polícia Federal não é um instrumento do poder do
governo em função, mas da sociedade como um todo.
Foi isso que na época o então
Presidente Lula pareceu entender, e que agora, os caciques do PT pretendem dar
marcha à ré, confundindo o interesse da democracia, com a autonomia de ação da
Polícia Federal - o que está funcionando a inteiro contento e dentro dos
padrões do respeito aos direitos - com o anterior sistema, em que a PF era um
instrumento dos governos de turno, o que é inaceitável em uma democracia.
É o que se recusa a ver a cúpula
petista, saudosa dos tempos em que a P.F. atuava em consonância com o governo
de plantão.
Se a saída de José Eduardo Cardozo, que
seria escanteado para um lugar secundário na hierarquia administrativa, representa
a 'solução' do petismo para os seus problemas
é inaceitável para a sociedade civil e a
opinião pública.
Com todos os senões de Cardozo, ele não
tem procurado estorvar o trabalho da Polícia Federal. Mexer na autonomia da
P.F., além de representar uma brutal regressão no combate ao crime e na
proteção da democracia, representaria tosca tentativa de entorpecer a Lava
Jato, o que é inaceitável pela sociedade civil e a democracia brasileira.
Todos os dignitários do governo e da
ordenação política devem estar sujeitos à Lei.
Passou o tempo da censura e do controle da oposição democrática, assim
como dos intentos de amordaçar a oposição e de tentar viabilizar políticos e
autoridades que seriam mais iguais do que os demais.
A Polícia Federal deve fazer o seu
trabalho. Ninguém está acima da lei, e esta é a filosofia da Lava-Jato. É inaceitável trocar o
Ministro Cardozo por apparatchick
político, que esteja na Justiça não para assegurar que a P.F. continue nas
devidas funções no respeito da lei, mas para proteger aqueles que porventura
julgue mais iguais do que os outros.
( Fonte: Site de O Globo )
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