A contagem dos delegados democratas reflete, por
enquanto, realidade bem diferente daquela apresentada pelas otimistas
declarações do concorrente Bernie Sanders.
Por ora, Hillary Clinton tem 502 delegados e seu adversário, 70. Ainda falta muito para arrebatar a nomination (2.383 delegados). Se os números acima indicam tanto os delegados
estaduais, já assignados após as primárias realizadas, quanto os
superdelegados, que são voluntários e, por conseguinte, podem mudar de
candidato.
Por ora, se estima que Hillary poderá arrebatar um bom número na chamada
Super-Terça-feira (1° de março), em que onze estados votarão, com a atribuição
de 880 delegados.
Se
a imprevisibilidade é própria da política, há fatores que é bom para o
candidato não esquecer. A Sra. Clinton por ora trata de recolher os chamados
delegados comprometidos (pledged
delegates).
O
modelo da campanha de Obama em 2008 é o que Hillary pretende tentar
imitar. Então, Barack Obama valeu-se de série
de onze vitórias nas primárias para montar uma vantagem de cem delegados, que
se tornou impossível para Hillary superar.
Há muitos imponderáveis que podem
afetar tais estratégias. No entanto, a
afirmação de sólida maioria de delegados compromissados coloca vantagens
objetivas, que são muita vez impossíveis de superar.
Por enquanto, as especulações sobre
eventuais fraquezas dos dois adversários estarão sempre presentes como advertências
contra a eventual húbris do(a)
candidato(a). À medida que a campanha avança, tais possibilidades tendem a
estreitar-se sempre mais, embora a história seja generosa em gafes monumentais
que no passado destruiram candidaturas aparentemente sólidas.
No
entanto, Hillary aprendeu com os erros de 2008. Agora, ela contratou
Jeffrey Berman, consultor de campanha e um expoente na estratégia de delegados,
o que representa significativa vantagem para ela. Berman, na campanha de 2008,
trabalhou afinado com o Sr. Plouffe, que focou a estratégia de Obama em
competir em cada distrito congressional. Entrementes, a então perdedora Hillary
centrou a própria campanha em vencer nos estados com maior número de delegados.
Elaine C. Kamarck que escreveu 'Política nas Primárias' observa: "Ela não
está incorrendo no mesmo erro mais uma vez."
O Sr. Berman nesse contexto observa:
"Como a campanha de Obama em 2008, a campanha da Clinton se encaixa no
conjunto da corrida (long haul)".
Nesse contexto, disse Mr. Wasserman, da
Reportagem Política Cook: "Por nossas contas, Bernie Sanders precisava
ganhar dezenove dos 35 delegados de Nevada para manter o ritmo nacional
necessário para a nomination. Ao
invés, Mrs Clinton ganhou no mínimo dezenove e possivelmene vinte. Esta é a
primeira disputa que deu confirmação real de que ela está ainda na dianteira, e
tirou de Sanders o único fator que lhe
favorecia - a dinâmica (momentum)."
Vamos ver se nas próximas primárias a
opinião dos expertos se confirma...
( Fontes:
The New York Times, O Globo )
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