Há gente que julga ser importante chamar
a atenção sobre isto. Que tal critério possa ser considerado válido, a
organização Transparência Internacional (T.I.) colocou o Brasil na 69ª posição em termos de
corrupção, sendo que caímos em sete posições. Em outras palavras, estamos
piorando.
Na verdade, não seria necessário
dizer-nos que o Brasil está perdendo na escala da corrupção (obviamente, quanto
mais alta, pior a situação).
Isto é perceptível pelo noticiário e por
uma sensação geral. Segundo as
estatísticas dessa ONG, o país menos corrupto do mundo seria a Dinamarca.
Há várias maneiras de medir a corrupção
na sociedade. Até a random (ao acaso) foi experimentada. A corrupção seria medida por uma bolsa contendo valores
que fosse 'esquecida' em um lugar público.
O método no caso dependeria
exclusivamente do acaso e, portanto, não é dos mais seguros. O que me pareceu
interessante nesta prova específica é que não venceu a Suiça, normalmente
associada à grande correção de seus habitantes. E não é que a bolsa lá
'abandonada' não foi recuperada com todos os seus valores?
Agora a T.I. mandou para cá um cientista social, Mads Jon Damgaard
Andersen que fará um estágio em Pindorama para estudar a corrupção e a sua
difusão. Considera o Brasil um caso
excepcional, porque tem mídia livre. Não é infelizmente o caso da Rússia (116°)
ou da China (100°): lá há também muita corrupção, mas a falta de liberdade de
imprensa prejudica o estudo do fenômeno.
O
senhor Andersen veio para o Brasil com o objetivo precípuo de estudar a
corrupção. Isso entre nós deveria acender uma lampadinha, não sei se amarela ou
vermelha, mas de qualquer forma indicativa do crescimento do fenômeno em nossa
terra.
O cientista social está bem informado em
termos de narrativa do fenômeno. Vejamos
como responde ao quesito do por quê?
- "Para entender a relação entre denúncias e sistema político, o Brasil é
um ótimo lugar. (...) Há mais de vinte narrativas de corrupção na mídia
atualmente. Lava-Jato, Zelotes, englobando Fernando Pimentel, merenda escolar
de São Paulo, o sítio de Atibaia... Também o caso do impeachment, que está relacionado com as denúncias da Lava-Jato.
Está tudo ligado."
Como vemos, a contribuição do PT para o
estudo do pesquisador de Transparência Internacional não é de desdenhar. Tampouco é única, como vemos igualmente
referida a merenda escolar de São Paulo e possivelmente outros casos relativos
ao PSDB.
Essas classificações da Transparência Internacional
nem sempre, porém, dão a impressão de corresponderem à realidade. Será, por exemplo,
que o México, ainda mais agora com a entrada pesada do Narco-tráfico mereça a
classificação de 35°? Quando por lá
estive, a impressão que se tinha era a da extrema corrupção prevalente . Será
que mudou tanto assim?
( Fonte:
O Globo )
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