Por vezes, é difícil entender o Partido Republicano,
que muitos apreciam chamar de Grand Old Party (GOP). Aos leitores do blog,
creio oportuno precisar que o meu emprego frequente dessa abreviatura, não
implica admiração e muito menos aprovação. É usada pelo que é, uma prática
abreviatura...
Mas decerto já haverão suspeitado que
não foi propriamente para tanto que me decidi a escrever este comentário.
Leio em boletim do New York Times que os líderes republicanos no Senado - que, com o
resultado das últimas eleições intermediárias, ficou sob o domínio de nova
maioria, que é do Partido Republicano - anunciaram a sua disposição de sequer receber como visita a eventual
indicação do Presidente Barack Obama para preencher a vaga aberta por Antonin
Scalia.
Os senadores republicanos evidentemente
não gostam de Barack H. Obama. Esse espírito um tanto agressivo, que nada tem
da chamada atitude bipartisã, parece difícil, contudo, determinar-lhe a
principal razão.
Ele é expresso da maneira tão rude e
acintosa, tão longe do respeito que se deve a quem vencera duas eleições contra
dois republicanos de nomeada, John McCain e Mitt Romney. Ao contrário do que o Senador
Mitch McConnell, então líder da minoria no Senado, declarara como objetivo de
seu partido: fazer com que Obama fosse presidente de um só mandato, Barack
Obama ganharia sem maior dificuldade também as eleições de 2012.
Por conseguinte, é difícil entender esse
odium que lhe vota o Partido
Republicano. Ao terminar o seu segundo mandato no começo do ano próximo,
irritará aos próceres republicanos que Obama seja um líder popular junto ao
Povo Americano? Barack acaso os coloca em situação de desconforto quando se
mostra um presidente democrático, aberto, e que não se cansa de tentar a senda
do bipartidismo, hoje vista tão negativamente por muitos - felizmente não todos
- do establishment republicano?
Com exceção dos irmãos petroleiros Koch,
o 50° Presidente recebe a todos na Casa Branca, e tem sido um fanal na pregação
por Estados Unidos sem ódios e mais aberto às diversas comunidades étnicas que
tanto tem contribuído pelo seu trabalho e dedicação para a grandeza americana.
Talvez pelo fato de que em 2010 ainda
fosse um presidente júnior, terá tido alguma responsabilidade em que a Câmara
de Representantes passasse a ser feudo republicano. Para explicar esse estranho
fenômeno, que algum dia será superado, não creio que esta minha apreciação
venha a ser o lugar adequado.
Quanto ao Senado Federal, a maioria
republicana, durante os dois mandatos do Presidente Obama, só logrou dominá-lo,
nas eleições do termo médio de 2014. Antes, o líder da maioria fora o Senador
por Nevada, Harry Reid, que passou a lider da minoria em 2015. A brilhante
representante Nancy Pelosi, que era a Speaker,
deixou de sê-lo em 2011, por força do resultado de que Obama chamou de shellacking (surra).
Sem embargo, o Presidente sempre
manteve relações cordiais com o Speaker
John Boehner, republicano de Ohio.
Por isso, esta atitude anunciada
da bancada republicana no Senado, através de seus líderes, de sequer receberem
como visitante o eventual indicado para Juiz Associado da Suprema Corte por
Barack Obama, de acordo com os seus deveres estabelecidos pela Constituição,
para entrevistar-se com os líderes do Partido Republicano, não me parece
postura própria de país realmente democrático, como o são efetivamente os
Estados Unidos da América.
Aberta a vaga no Supremo, é uma
obrigação constitucional do quinquagésimo Presidente designar como candidato a
assento na Suprema Corte personalidade por ele considerada como apta a
sentar-se na curul que foi de Antonin Scalia. Cabe ao Senado, examiná-la em
comitê e sobre ela votar em plenário.
Não é coisa de somenos. Por
favor, não a tratem como tal.
( Fonte: The New York Times )
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