Os partidários de Dilma - e não são poucos - tentam
apresentar a petição de impeachment,
assinada por Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, como se fosse criação do
Deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara.
Na verdade, a iniciativa do ex-petista
Hélio Bicudo nada tem a ver com manobra do presidente da Câmara. A tramitação
para o plenário da Câmara ocorreu por haver falhado a tentativa feita por Cunha
com o gabinete civil da Presidência de torná-la moeda de escambo em negociação
que atendesse interesses comuns de Dilma e do Presidente da Câmara.
Se
mudou a dinâmica no processo da tramitação, e se a reeleição para a liderança
do PMDB de Leonardo Picciani, após o revés anterior, introduz um elemento
contrário ao impeachment, a situação
continua bastante confusa para que se pronuncie o fim desse processo
parlamentar.
Como assinalou Merval Pereira houve
muitos malabarismos para compor a maioria de sete para o retorno de Picciani.
Além da licença por um dia do Ministro da Saúde Marcelo Castro, há também
outros retornos pontuais de Secretários de Estado para reforçar o time
pró-Dilma nos sufragantes para a liderança.
Muitas questões estão em suspenso,
sobretudo pelas contestações de maiores no Supremo quanto ao controverso
parecer do Ministro Luís Roberto Barroso, que além de desrespeitar o art. 2 da
Constituição, cometera outros erros no respectivo parecer. Há vozes
respeitáveis no capítulo - como a do ex-presidente do STF, Carlos Velloso - mas a
solução aventada - embargos de declaração - é também sujeita a dúvidas.
Entrementes, a voz das ruas (e das
panelas) como que se aquietou.
Temos o problema da má-governança, por mais
que Palácio e o PT - cuja força numérica existe, ainda que expressão de um
passado superado - sejam pontos fora da curva a reclamar solução, todo o
vozerio a favor da Presidenta barafunda e confunde a verdade.
A má-governança se reflete no
crescimento da inflação, no déficit fiscal, e na consequente e sucessiva
má-fama do Brasil que virou o cristo das Agências de avaliação de risco.
Será que temos de aguentar, por força
das gorduras do PT - gorduras essas que as próximas eleições consumirão - o
desgoverno de Dilma, desgoverno de resto que é mais cruel e impiedoso
justamente com as massas que ela dizia serem suas favoritas?
Com
o seu companheiro acuado - tendo de recorrer a medidas extra-legais, como bem
assinalou O Globo - o tempo não corre a favor
dessa dupla.
As mentiras que asseguraram a
reeleição - e que provocaram a raiva popular, que fez despencar a aprovação nas
consultas - serão mesmo tão coisa do passado? Que página virada é esta, que não
desaparece da tela e da memória, pela simples circunstância de que a sua
presença nos é martelada com insistência pela inflação, pelo desemprego, pelos
déficits no orçamento, pelo desgoverno, e por essa dupla, a quem se faltam
partidários, sobram agora milicianos, sempre prontos a agredir e jogar pedras,
como se a falta de argumentos os empurrasse para a violência burra?
Que partido e que líderes são esses,
de uma agremiação cuja ganância fê-los continuar a sacar no livreto da
confiança do Povo, quando as Lava-Jatos da vida, os questionamentos judiciais -
e dentre eles a labuta silente, metódica, honesta dessa expressão jurídica do
cidadão integro que é o Juiz Sérgio Moro - a barafunda como governo, só
encontra para defendê-los, não mais a perdida confiança do Povo, mas regimentos
de milicianos e esquadrão de advogados?
E não é que só falta ouvir o brado:
onde estão as empreiteiras?
( Fontes: O
Globo, Folha de S. Paulo )
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