domingo, 28 de fevereiro de 2016

Colcha de Retalhos D 8


                             

A subida do nível do mar

 

         No passado, quando se falava de alça do nível do mar, vinham a baila, entre outras questões locais, Veneza e o problema da Laguna, a técnica dos holandeses em manter à distância, através de complexos recursos, as águas do Atlântico.

         Hoje, não mais. O problema não está nos caprichos de eventuais tempestades no Mar do Norte, e na questão específica de salvar Veneza do tráfico desestabilizante dos enormes navios de cruzeiro.

         A questão não é mais local, nem se deve a fatores específicos, próprios da conformação de determinados países ou cidades. O problema agora é geral.

         O aquecimento dos mares - que é consequência do efeito estufa produzido pelo gás carbônico - e que, por conseguinte, é um fenômeno geral, de responsabilidade direta do bicho homem. Estamos contribuindo para a elevação na temperatura nos mares e na terra. Tal se deve precipuamente ao gás carbônico da queima do carvão energético na China, nos Estados Unidos, nas termelétricas com que Dilma nos teria presenteado, nas descargas dos voos internacionais, na irresponsabilidade de determinados países (China, Brasil, entre outros) e na universal tendência de que o esforço responsável esteja a cargo dos outros e não de nós.

          Mãe-Terra nos proporcionou, por um feliz conjunto de circunstâncias, que seja um espaço habitável, e com razoáveis condições de vida nesse planeta, que é apenas uma poeira desimportante na imensidão das galáxias.

           Hoje em dia fizemos alguns progressos na luta pela manutenção dos eco-sistemas e por buscar assegurar uma boa qualidade existencial.

           A burrice, a ganância, a má-fé e a santa ignorância são fatores presentes em todos os países. Já desmatamos uma boa parte de nosso país, e estamos transformando e não para o bem, vários cenários naturais.

            Países mais adiantados do que nós têm lutado por tentar manter os respectivos eco-sistemas. Dado o nível educacional, o controle do consumo do combustível fóssil pode ser maior e mais eficaz nesses países, e por conseguinte nos espaços por ele ocupados.Muitos dos nossos problemas têm a ver com a educação das populações respectivas, e muitos dos fenômenos devastadores da derrocada climática poderiam ser controlados de modo mais eficiente se houvesse interação global.

               Os mares, em consequência da elevação da temperatura da terra - como está comprovado pelos estudos científicos - apresenta um nivel que cresce a cada ano. Reportagem do New York Times anuncia que essa alta é a maior em 28 séculos. Para que se tenha ideia do tempo consumido, Roma que caminharia para fundar um império e uma civilização, era apenas um lugarejo...  

                O que as pessoas esquecem é a circunstância de que enchente de alguns poucos centímetros pode tornar insustentável a existência em determinadas localidades. Há detalhes - e o perigo está muita vez neles - como a cheia regular de um braço de mar vizinho que invade as cidades litorâneas e as torna, com o tempo, inabitáveis, pelo estrago nos terrenos e campos de cultivo, pela sua salinização com os seus efeitos.

                 Recordo-me haver visto - e faz tempo! - um filme que se passava na antiga Manhattan, que não era mais aquela ilha cosmopolita, mas sim um conjunto de elevações cercadas pela água do rio Hudson e do mar do Norte, enquanto grupos de malfeitores, com os respectivos botes e lanchas, dominavam o que restava da antiga metrópole...

                 Com o efeito estufa, a utilização intensiva dos combustíveis fósseis, o laissez-faire (deixem fazer) das populações atuais e o seu nível de cooperação (nisso incluídos os políticos demagogos que acabaram com as matas ciliares nos rios em vários estados desses Brasis, como em Santa Catarina, norte fluminense, e por aí afora, numa bela demonstração dos poderes nefastos da ignorância, sobretudo se metida em altos poleiros) o futuro do meio-ambiente no Brasil (e também no mundo) não está nada brilhante, pois, com pouquíssimas exceções, o egoismo burro impera.

 

Baixaria  Republicana

 

             O Globo, em chamada de primeira página, noticia que a Polícia Federal abriu inquérito para investigar o envio de dinheiro pelo ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso à Mirian Dutra no exterior, uma repórter da Globo com que FHC teve relacionamento amoroso.

             Lembrado da expressão de que as ex são eternas, pode-se fazer um esforço para tentar entender tal providência - que havia sido preanunciada há dias atrás pelo Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, para assistência compreensivelmente surpresa, dada a gritante jogada de que se Lula da Silva, o ex-presidente e figura tutelar da Administração Dilma Rousseff está envolvido em questões judiciais como é de conhecimento público,  então como resistir em fabricar  a eventual coincidência jurídica, revivendo, por jogada política, antiga questão relacionada com o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, pessoa que respeito, e que desde  os tempos do regime militar não tinha esse gênero de problema ?

             A jogada é tão óbvia que faz pena.

 

( Fontes:  The New York Times, Folha de S. Paulo, O Globo )

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