domingo, 7 de fevereiro de 2016

Colcha de Retalhos D 6

                                   

Filho de Lula recebe sem trabalhar

 

        Alvo da Operação Zelotes, Luis Cláudio Lula da Silva, filho de Lula, recebeu do Corinthians cerca de R$ 500 mil entre 2011 e 2013, sem ter desempenhado funções no clube.

         Quem foi o padrinho desse felizardo? Segundo afirma a Folha, na página Poder, foi Andrés Sanchez, hoje deputado federal pelo PT e na época Presidente do Corinthians, quem garantiu a entrada de Luis Cláudio na equipe, quanto sua volta ao time como empresário. A respeito, Sanchez declara que o filho de Lula foi contratado  a pedido do técnico (Mano Menezes).

         Essa versão, no entanto,  não é confirmada pela assessoria do treinador, que afirmou que "foi uma indicação do clube  à área física e que o treinador aceitou".

         Time de Lula, o Corinthians foi o primeiro cliente da carreira de empresário de marketing esportivo de Luis Cláudio, iniciada com a criação da empresa LFT, em 2011. Antes ele atuara como auxiliar de preparador físico na equipe de Mano.  Ele deixaria o posto de auxiliar em julho de 2010, com o argumento de queria ser técnico e não via espaço no  Corinthians (sic).

         Voltaria menos de ano depois, em função diferente: responsável por prospectar  patrocínios ao esporte amador. Antes com carteira assinada e salário de R$15 mil, ele voltou em 2011, com a renda incrementada para R$ 20 mil mensais, por quase dois anos, até 2013.

         Em relação à contratação de Luis Cláudio, Sanchez disse que ele "ficou catorze meses para montar o time de futebol americano e tentar captar recursos para esportes amadores e saíu para montar e se dedicar à (própria) liga".

        Apesar de ser o dono do campeonato da modalidade, o Touchdown, o responsável pelo time do Corinthians na competição, Ricardo Trigo, diz que nunca contou com os serviços de Luis Cláudio e que a equipe existe desde 2006.

        A LFT, a referida empresa de marketing esportivo fundada por Luis Cláudio, é investigada por receber R$ 2,4 milhões do lobista Mauro Marcondes, preso sob acusação de comprar medidas provisórias para favorecer montadoras.

 
Lei  assinada por Lula abre frente para sócio de Fábio Luís        

 
          Jonas Suassuna, empresário, sócio de Lulinha, e um dos proprietários do sítio em Atibaia, teria sido beneficiado por lei firmada por Lula, em maio de 2010, que estimulou nova linha de negócios.

              Com efeito, a aludida Lei obriga a todas as instituições de ensino, tanto públicas, quanto privadas a possuirem, até 2020, pelo menos uma biblioteca com no mínimo um título por aluno.  A coleção pode existir "em qualquer suporte", abrindo dessarte margem para bibliotecas virtuais.

               Como assinala o artigo da Folha, meses depois da lei, o empresário em tela - que em 2009 virou sócio do filho do presidente, Fabio Luis, o Lulinha,  na firma de jogos eletrônicos Gamecorp, criou a plataforma virtual "Nuvem de Livros", que poderia ser usada permitir que escolas pudessem ter acesso a uma biblioteca virtual e assim, se achassem em condições de cumprir a legislação.

 

Sanders versus Hillary

 

                A curto prazo, não se afiguram muito promissoras as perspectivas de Hillary Clinton  em New Hampshire. Depois do virtual empate em Iowa, Bernie Sanders - que antes já era previsto como favorito nesse pequeno estado da Nova Inglarerra - parece dispor de um cenário bastante favorável.

                Hillary, apesar de declarada candidata subscrita pelo jornalão The New York Times, vê crescer um adversário a que antes via com certa tranquilidade.

                O Senador Sanders parecia reunir vários defeitos insanáveis, e de início por ser simpático ao socialismo, o que é (ou era) anátema para grande número de americanos.

                O rival de Hillary cresceu entre o eleitorado jovem  com a promessa de tornar gratúitas as universidades públicas e de refinanciar dívidas com ensino.  Assinale-se que o endividamento  estudantil  monta a US$ 1,2 trilhão e concerne a 45 milhões de pessoas.

                A longa corrida das prévias pode reservar ambíguo desafio  para candidatos como Hillary - que goza dos benefícios, mas também dos malefícios de ser largamente conhecida do público. Não importa que tal conhecimento venha de importantes contribuições e intentos quando na vida pública - seja como Primeira Dama (quando patrocinou projeto de reforma da saúde que é dita por muitos como superior à atual, patrocinada por Obama).  Tampouco importa que o GOP tenha boicotado a sua tentativa - as desconfianças perseguiram a então Primeira Dama, cujo desígnio foi derrubado por uma aliança dos republicanos com as grandes firmas e associações interessadas no statu quo da assistência sanitária de então.

                 Hillary (e o próprio marido, que fora contra a sua desistência da nomination, já ao final da massacrante campanha das primárias, ao reconhecer a vantagem de Barack Obama) ora tem pela frente um candidato que está mexendo  com os anseios da juventude e de outras franjas do eleitorado.

                 Em um cenário que não lhe é objetivamente favorável,  a ex-Senadora por New York semelha enfrentar  luta partindo de baixo, contra um político que depois de decênios de obscuridade, tornou-se o catalisador das minorias. Ser carimbada como experiente e encarnação do establishment pode tornar-se para ela uma camisa de Nesso. De qualquer forma,  Hillary Clinton não alimentará dúvidas quanto à importância desse atual cenário para o futuro da sua candidatura.

 

( Fontes: Folha de S. Paulo, The New York Times, Junito Brandão- Dicionário Mítico-Etimológico (II) )

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