segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

PIF PAF

                                          
 
Petrolão e Ações da Petrobrás

 

       As mais populares no passado, pela suposta segurança dada ao pequeno investidor, a sua escolha na Bolsa sofreu profunda inflexão por causa do escândalo do Petrolão e a denúncia da corrupção generalizada pela Operação Lava Jato.

      A ação da Petrobrás era havia como um porto seguro para o investidor menor. Representava ainda afirmação de confiança na maior empresa nacional e nas perspectivas do petróleo no Brasil.

       Uniam-se no gesto a confiança no papel - considerado muito seguro em termos de valor - além de óbvia manifestação de indubitável patriotismo no que a Petróleo Brasileiro S.A. significa (ou significava) em termos de afirmativa nacional.

       Assim, a derrocada no valor do título  - de R$ 16,75 para R$ 5,17 na sexta-feira quinze - sublinha um grande desconforto e funda decepção em que a ação da Petrobrás, antes buscada com fervor, agora reflitam o grande desconforto com a inesperada desilusão.

       Para analistas, tornando ainda mais acérrima a rejeição,  as ações são pesadamente afetadas pela queda no preço do petróleo (um fenômeno que afeta a estatal e sobre o qual ela não dispõe de nenhum controle), e pela gestão irresponsável  dos gestores petistas,  a fortiori por  esquema de corrupção na Petrobrás, que é da direta responsabilidade da alta direção de um partido.

        A tragédia da Petrobrás - e o longo tempo que será necessário para refundá-la na confiança do investido - é a decorrência de um projeto de poder que pelo seu infantilismo rivaliza em burrice com outras negociatas do passado.

        Hoje, enquanto os papéis preferenciais recuaram 69%, as ações - antes prelibadas - hoje derretem em silêncio, enquanto os analistas as desaconselham em termos de investimento.

 

A Delação é mesmo premiada

 

         Segundo pesquisa da Folha, a pena da chamada delação premiada  pode ser deveras benéfica  para o delator.

          Uma primeira exposição  - por força de suas delações, na Lava-Jato, a pena cai de 274 para sete anos - pode até assustar um pouco, mas é necessário ver que esses senhores disponibilizam provas que estariam fora do alcance dos investigadores.

         Os defensores do instituto sublinham o quanto esse benefício se justifica.  Trata-se, segundo um procurador, de "troca de peixe por cardume".

            É a radical redução do tempo de aprisionamento - uma vez condenados pelo Juiz Moro a longos períodos de reclusão - por causa do fornecimento de informações que de outra forma não estariam disponíveis para os Procuradores da Lava-Jato.  Essa qualidade se funda na verdade da imputação.  Apurada qualquer fabulação ou eventual calúnia,  os benefícios da delação premiada ruem por terra.

            Abaixo, transcritos alguns delatores premiados, que muito lucraram com a exposição de crimes dos mandantes e principais personagens do crime.

- Alberto Youssef, doleiro e operador de esquema. A pena seria de 73 anos. Ficará em regime fechado três anos.

- Dalton Avancini (ex-presidente da Camargo Corrêa).  Pena de 15 anos e 10  meses. Ficará em regime fechado 3 meses e um ano em prisão domiciliar.

- Eduardo Leite, ex-Vice-presidente da Camargo Corrêa.  Pena de 15 anos e 10 meses.  Prisão (em regime fechado)  3 meses. Prisão domiciliar: um ano.

- Fernando Baiano - apontado como operador do esquema do PMDB. Pena: 16 anos e 1 mês. Regime Fechado: 1 ano. Prisão domiciliar: 1 ano. Regime semi-aberto: 2 anos.

- Julio Camargo, lobista, representava a Toyo Setal. Pena: 26 anos. Não foi preso e passará cinco anos em regime aberto (hesitou bastante, por causa de supostas ameaças sofridas do esquema do Dep. Eduardo Cunha)

- Nestor Cerveró (ex-diretor internacional da Petrobrás). Pena: 17 anos e 3 meses. Prisão: 1 ano e meio. Prisão domiciliar:  1 ano e meio.

-  Paulo Roberto Costa (ex-diretor de abastecimento da Petrobrás) 39 anos e 5 meses. Prisão domiciliar: 1 ano Regime semi-aberto: 1 ano.

-  Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobrás) Pena: 18 anos  e 4 meses. Regime semi-aberto:  2 anos.

 

( Fonte:  Folha de S. Paulo )

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