sábado, 16 de janeiro de 2016

Aproximação entre Washington e Teerã?


                      

         Pelo visto, o acordo nuclear entre o Ocidente e o Irã continua a dar frutos nas relações entre Washington e  Teerã.

         Isto pode desagradar aos republicanos, sobretudo aqueles que invectivaram contra Obama por causa do incidente marítimo com os dois barcos de patrulha americanos. A libertação dos dez marujos foi feita em tempo récorde pelo governo iraniano, demostrando  que o relacionamento do Secretário de Estado John Kerry com o colega iraniano Mohamad Javad Zarif, desenvolvido nas longas negociações que antecederam a firma do Acordo Nuclear, evidencia um novo patamar nas relações entre os dois países.

         Agora, segundo informa o New York Times, a chancelaria iraniana anunciou que libertara quatro iraniano-americanos, como parte de uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos. Nesse sentido, funcionários da Administração Obama confirmaram a notícia, que é decorrência da ação diplomática intensificada após a conclusão do acordo nuclear alcançado em julho passado.

           As autoridades iranianas, interessadas na pronta entrada em vigor do Acordo Nuclear, apressaram os procedimentos respectivos, com vistas a conseguir o levantamento das sanções antes das eleições iranianas previstas para o próximo mês.

            A troca de prisioneiros foi anunciada por Teerã ao ensejo da reunião em Viena entre o Secretário de Estado Kerry, e o seu homólogo iraniano, Javad Zarif,  com o escopo de dirimir os últimos detalhes acerca da entrada em vigor do Acordo nuclear.

            Vai se tornando óbvio que o acordo nuclear tende a facilitar as condições para que as relações entre os dois países melhorem.  Depois da pronta libertação dos dez marujos americanos, já se dispõem de outras indicações de que problemas entre os dois governos venham a ser resolvidos.

            Os quatro prisioneiros americanos liberados são o correspondente do Washington Post em Teerã, Jason Rezaian, de 39 anos de idade, natural da Califórnia e com dupla nacionalidade americano-iraniana, Ele tinha sido preso em Teerã, em julho de 2014 onde era chefe do escritório do Washington Post. Acusado de espionar o programa nuclear iraniano e condenado em julgamento fechado ao público.

               Outro americano (também com dupla nacionalidade iraniana) Amir Hekmati, servira com os fuzileiros no Iraque, e foi detido enquanto visitava parentes em Teerã, em agosto de 2011. Condenado à morte, teve o veredito anulado, sendo sentenciado a dez anos. Levado da notória prisão Evin em Teerã para exames médicos - tinha um nódulo linfático inchado - a família fez comunicado à imprensa, agradecendo os votos e aguardando o retorno de Amir.

              Saeed Abedini, pastor evangélico e Nosratollah Khosrawi também foram liberados.

               Na troca de detentos, sete iranianos foram liberados (os seus nomes não foram assinalados). Funcionários americanos, falando de forma anônima, adiantaram que trabalham pela libertação de um quinto prisioneiro, Siamak Namazi.     

          

( Fonte: The New York Times )

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