quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Cresce disputa entre Hillary e Sanders


                           
        Há pouco tempo atrás Hillary Clinton gozava de folgada vantagem no campo democrata, a ponto que no debate anterior ela pôde dar-se ao luxo de mais olhar para os rivais republicanos, do que para seus concorrentes democratas.

        Entrados no ano decisivo para a nomination e consequente eleição, a situação volta a mudar. O Senador Bernie Sanders, do Vermont, tem mostrado em seu favor uma divisão geracional:  os democratas mais jovens, abaixo de 45 anos, em quota de dois por um, votariam por ele, contra Hillary.

       Dando ideia da presente volatilidade entre os eleitores democratas, há cerca de um mês, Hillary Clinton liderava por cerca de 20%, em âmbito nacional. Agora, a sua liderança está em 48% contra 41%, em favor de Sanders.

       Diante do ressurgimento do concorrente, a postura de Hillary mudou em relação ao adversário.  Com as suas inclinações socialistas, e a abertura para a esquerda, no eleitorado estadunidense se abrem óbvias fraquezas do Senador por Vermont.

      A competição pelo veterano Senador cresceu, sobretudo entre os mais jovens. Hillary tem o apoio dos eleitores moderados (51%), enquanto 33% apóiam Mr Sanders.

       Dentre o eleitorado feminino, a vantagem  de Hillary é de dois dígitos, enquanto entre os homens a divisão é por sexo (45% pró Sanders e 40 % pró Hillary).

       Como Hillary ocupou o importante posto de Secretária de Estado, muitos democratas a vêem mais à vontade na Casa Branca do que o rival Sanders. Também a maior parte do eleitorado a vê com confiança como comandante-em-chefe, o que não é o caso com Mr Sanders.

        Diante do ressurgimento de Sanders, Hillary voltou a uma campanha mais agressiva. O seu marido, Bill Clinton, extremamente popular com o eleitorado, se vem dedicando com grande boa vontade e empenho em prol da cara-metade. Recordem-se que ele resistira muito a resignar-se à renúncia de Hillary no fim das primárias contra Obama.

         A situação está ainda muito indefinida em Iowa, cujos caucus na eleição passada foram quase fatais para Hillary contra Obama. Já em New Hampshire, Sanders goza de vantagem de dois dígitos, muito por conta de ser da Nova Inglaterra, sendo senador pelo estado nortista do Vermont.

        Na questão das armas, Hillary tem clara vantagem contra Sanders.  É um ponto em que ela pode atacá-lo pela esquerda, dado o voto de Sanders em 2005 em prol de mais legislação de proteção à indústria das armas e aos seus comerciantes nos processos por responsabilidade civil. Isso claramente o coloca fora de compasso com o Presidente Obama e dela própria, na campanha contra os fabricantes de armas (e sua indireta responsabilidade nos repetidos massacres).

        Por ora, enquanto a situação ainda está indefinida, não há a menor dúvida  quanto às perspectivas de vitória na eleição geral entre a mulher Hillary, que seria a primeira Presidente nos Estados Unidos, e que tem larga experiência no campo administrativo, e o seu mais direto concorrente no Partido Democrata. A escolha do simpático Senador Sanders seria muito problemática, dadas as fraquezas - vistas no contexto do eleitor comum americano - quanto a candidato presidencial com preferências de esquerda e ainda por cima socialistas.  É por tal razão, de resto, que mesmo os seus maiores apoiadores não negam que, em caso de vitória de Hillary no campo democrata, acabariam votando na mulher Hillary Clinton.

 

( Fonte:  The New York Times )

   

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