terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Aonde está o Túnel ?


                                            

         A economia no Brasil talvez seja o argumento mais forte para que nos vejamos livres do pesado legado dos governos de Dilma Rousseff. Se a roubalheira vai mais por conta do legado anterior - posto que não foi exatamente com o lencinho no nariz que dona Dilma enfrentou tal realidade - o registro dos malogros  e, sobretudo, da falta de luz no fim do túnel já demonstra que o Povo, dotado de menos paciência e de maior senso crítico, vem evidenciando reação  pronta e eficaz.

         Se Dilma obteve o seu segundo mandato foi à conta de mentiras mil, além de aparelhar os órgãos competentes para que se desse aos candidatos de oposição a oportunidade de apresentar o outro quadro da realidade, e não através de uma negativa (que prefiro não qualificar) que barrou qualquer possibilidade à candidata Marina de desmascarar mentira do filmete sobre a autonomia do Banco Central que, segundo a apresentação oficialóide, iria tirar a comida da mesa do pobre. E, diga-se por primeira vez, a indignação do eleitor é menos pela afrontosa mentira da programação da candidata oficial do que pelo respeito que se deve ter pelo contraditório, senão tal se transforma em modelo de propaganda da Bielorrússia e outras ditaduras do gênero.

          Sem querer, no entanto, esse abuso da propaganda oficialóide já mostra que é mais do que tempo de pôr fim ao reino do PT, como terei mostrado na minha série Brasil: Corrupção & Burocracia. O poder, como o demonstra Lord Acton, o transformou e não foi decerto para bem.

          As longas permanências no mando não só acentuam a corrupção, como o demonstrou o pensador inglês, mas também prejudicam fundo a Nação, que se vê impregnada, mesmo que contra a vontade, por esse miasma que a quase tudo invade. Vejam, ilustres passageiros, o exemplo do México, que, anos após ter-se visto livre do parasita do Partido Revolucionário Institucional (PRI), o qual apesar de apregoar o voto efetivo (quando na verdade era fraudulento), só se apegava ao lema de não-reeleição, que o continuísmo de Porfirio Diaz havia desmoralizado.O sacríficio de Francisco I. Madero, o presidente assassinado, deslancharia talvez a maior revolução nesse nosso infeliz continente latino-americano,  que tem sido demasiado rico em revoluções e golpes de estado.

            Mas na esperança de que o Supremo reveja a sua última intervenção no processo de impeachment de Dilma Rousseff - em que por uma emenda de ponto longe da curva - a qual se intrometeu demasiado em questão afeta a outro Pode constitucional, no caso o Congresso (V. artigo 2º da Constituição, que estatui que são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.), - é também forçoso e urgente considerar que se tem de pôr um fim a esse governo do Partido dos Trabalhadores, ora presidido em segundo mandato, pela Senhora Rousseff.
             Aliás, a senhora Presidente está uma arara com o seu Ministro da Saúde, Marcelo Castro, que declarou que o Brasil está perdendo feio a sua guerra contra o mosquitinho do zika.

               Essa manifestação - que eventual pressão de Dilma poderá até modificar, mas não logrará apagar porque é a dura verdade - corresponde à verificação de fato, em uma mistura de burocracia, falta de verbas e de real vontade de motivar a população. Tal apenas repete reações anteriores, diante de ameaças similares, em que a autoridade muita vez pensa que externar o problema e afirmar-lhe a vontade de combatê-lo já compõe a sua parte, quando não deveria passar do início de ação sustentada - e não de mentirinha, como o são muitas supostas iniciativas oficiais - em que participem o Governo, os seus ministérios e secretarias, além do próprio Povo motivado (através de campanhas nos meios de comunicação e de advertências quanto à necessidade de cooperar de modo eficaz para arrostar e vencer um problema de saúde pública que, por conseguinte, a todos concerne).

                Disparada no endividamento.

                 Segundo a seção econômico-financeira de O Globo, um grupo de 50 grandes empresas tinha uma dívida total de R$ 476,05 bilhões (2013)  e de R$ 842,59 bilhões (2015), o que corresponde a um salto de 77% nesses dois anos. Já em termos de dívida líquida, em 3º trimestre, a Petrobrás, espoliada pelo Petrolão, apresentou R$ 401,99  bilhões, seguida pela Vale com R$ 96,45 bilhões, a OI com R$ 43,68 bilhões, a JBS com R$ 41,71 bilhões, a CSN com R$ 26,08 bilhões, Metalurgica Gerdau com R$ 23,15, a Braskem com R$ 21,39 bilhões e outra Gerdau, com R$ 20,84 bilhões.

                  Tampouco a Dívida corporativa (como proporção do PIB) (fim de 2014) apresenta um quadro alentador:

                   o Brasil tem dívida de  67,4%

                   a Turquia,  de              63,9%

                   a África do Sul, de     55,7%

                   a  Índia, de               52,2%

                   a Rússia, de             49,5%

                   Indonésia, de        37,3%     e

                   México, de           33.2%.  

                  

                 Por outro lado, a crise também se reflete nos Estados, como não poderia deixar de ser. Nos cinco maiores estados (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná) os cortes nos orçamentos previstos para 2016 registram variações para menos, respectivamente, - 14,26%, -11,37%, -31,33%,-30,32%,e  mais 21.73%             

                  A confirmar, a boa notícia está na internet de hoje: os gastos dos brasileiros caem no exterior - em virtude do dólar mais caro - forçando menos a conta de invisíveis. Por outro lado, haveria um superavit de US$ 58,9 bilhões na balança de mercadorias ( o que se explica por um real mais barato em relação ao dólar, e portanto mais competitivo).   

 

( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo, Site de O Globo )            

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