Um alerta importante
Depois da
apressada e errônea observação da Presidenta, de que o Poder Público nada poderia
fazer contra figuras como José Maria Marin, mestre Zuenir Ventura vem a público com
importante alerta na sua crônica de ontem.
De início
enfatiza a sórdida campanha feita pelo então deputado estadual pelo partido da
Ditadura, contra Vladimir Herzog
(assassinado nas dependências do Exército em 1975). De que o acusava Marin? De
que Herzog, então Diretor de Jornalismo da Tevê Cultura, colocara a emissora ‘a
serviço do comunismo, por mostrar fatos negativos como a miséria’. Dias depois
de Marin exigir providências das
autoridades, Vladimir foi ilegalmente detido e, em seguida, barbaramente
torturado e morto.
Mais tarde,
Marin seria vice-governador de São Paulo, na chapa biônica presidida por Paulo
Salim Maluf.
Que essa
figura tenha ficado à frente da CBF para a Copa de 2014, apesar da campanha
patrocinada por Romário e Ivo Herzog, é mostra do descaso e indiferença das
autoridades que costumam escudar-se na desculpa de que a CBF é organização
privada. Com todos os fundos gastos pelo
Brasil para financiar a festa que, para nós, terminaria no 7x1 do Mineirão foi um
triste espelho do aludido descaso do poder público.
As
organizações esportivas, e a futebolística que é a mais importante, deveriam
voltar aos tempos de Paulo Monteiro de
Carvalho. Não podemos tolerar personagens sobre quem pesam tão graves suspeitas.
Romario, que é agora Senador da
República, deveria verificar se é do interesse brasileiro que a CBF seja entregue à pessoa como Marco Polo del Nero, que fugiu de Zurique às carreiras, sequer
votando no seu candidato Joseph Blatter.
Estaria ele, por acaso, assustado com a prisão de seu protetor José Maria
Marin, hoje atrás das grades, a caminho de extradição para os Estados Unidos, a
fim de responder pelos crimes de que é acusado?
Sabíamos há muito das grandes qualidades do Senador Cristovam Buarque. Na sua coluna
quinzenal em O Globo, o leitor
encontrará não só problemas da atualidade brasileira, mas sinalizações do
interesse e da possibilidade de resolvê-los.
Apesar da
retórica oficial que encontramos nas relações triunfalistas de Lula da Silva –
com o Brasil credor do FMI – é importante não esquecer que a dívida bruta do Brasil é de R$ 3,48 trilhões, e que a conta dos
juros nominais do setor público nos doze meses terminados em março de 2015 foi
de R$ 396,6 bilhões.
Assinale-se que nos álacres tempos de Guido Mantega e Arno
Augustin, a dívida líquida do Brasil estava inquinada de tantas artes de
inventiva fiscal, que o mercado – e as autoridades internacionais – não mais a
consideravam como base de referência pare exames.
Por outro
lado, a fragmentação do País é uma decorrência de falta de liderança nacional
e, por conseguinte, ausência de um sentimento nacional, como assinala com
grande oportunidade o colunista e Senador Cristovam Buarque. Os grupos e facções se digladiam entre si e
nenhum pensa no interesse coletivo e no futuro.
A própria
propaganda partidária obrigatória – e a sua absurda, congolesa multiplicação já
virou acinte e um teste para a paciência do Povo brasileiro – reflete essa
divisão “em corporações e grupos preocupados com interesses específicos e
imediatos, banqueiros ou trabalhadores, sem considerar o interesse coletivo e o
futuro”.
O Brasil,
pela ausência de lideranças e a desmoralização do PT, e de seus líderes
máximos, manchados por uma série de grandes escândalos, virou gigantesca Casa
da Mãe Joana, em que todos deblateram, pensando serem donos da razão, quando na
verdade sóem apenas de tratar dos próprios interesses.
Confrange
ser assistente do momento que o Brasil atravessa: ausência de um denominador
comum e do surgimento de um punhado de pessoas que mereçam o respeito de seus
contemporâneos.Há uma vã procura por personalidades que estejam acima dos
interesses particulares e se proponham a defender a causa da maioria.
Fernando Pimentel
Muito ligado
a Dilma Rousseff, na última eleição, logrou vencer o favoritismo do PSDB em
Minas Gerais. Para tanto, Fernando Pimentel teve a ajuda
providencial de candidatura desastrosa para Governador de Minas pelo PSDB.
Talvez
uma atitude de descabido otimismo tenha sido duplamente nociva para o partido
de Aécio. A sua derrota em Minas Gerais
para Dilma Rousseff refletiu a
mesma realidade do pernicioso ‘já
ganhou’, que – pela diferença geral de votos de apenas 3% entre Dilma e Aécio –
poderá ter sido tristemente determinante
da derrota nacional do candidato do PSDB.
O amigão
de Dilma Rousseff já tivera seus problemas na justiça, como apontados pelas
‘consultorias’ recebidas em Minas. De qualquer forma, se o novo Governador do
PT em Minas teve questões a dirimir, elas foram de um modo ou de outro
afastadas.
Agora
pipoca um novo problema que se refere ao apartamento da mulher do Governador
Pimentel, Carolina de Oliveira Pereira. O imóvel, de propriedade da Primeira
Dama de Minas, sediaria a Oli Comunicações e Imagens, que está no nome de
Carolina Pereira, e que seria empresa fantasma a serviço do grupo de Bené para movimentação
financeira indevida.
Nesse contexto, está também a principal
empresa da família do empresário que faturou R$ 465 milhões desde 2005. Tal
chamou a atenção dos investigadores.
A PF
deflagrou na sexta a Operação Acrônimo
e prendeu em flagrante quatro pessoas, entre as quais Bené, que é ligado ao PT.
Esse empresário é apontado como chefe da organização criminosa investigada por
lavagem de dinheiro.
Auditorias
da CGU feitas desde 2005 detectaram irregularidades nos contratos firmados pela
empresa (Gráfica Brasil) com pelo menos três ministérios: Cidades, Agricultura e Turismo.
E não é
que aparece também a nossa conhecida Erenice
Guerra. Afastada da Casa Civil de Lula após ser alvo de
denúncias de tráfico de influência e lobby, a revista Epoca (das organizações
Globo) informa esta semana que em maio de 2014 Erenice acertou contrato de
sociedade com a Brasil Século III, do ex-deputado Virgilio Guimarães (PT-MG),
que é um dos investigados na operação
Acrônimo. Seria por meio dessa empresa que o petista recebia dinheiro do
esquema de Bené.
( Fontes: O
Globo, Folha de S. Paulo )
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