domingo, 31 de maio de 2015

Colcha de Retalhos C 20

                                      

Um alerta importante

 
          Depois da apressada e errônea observação da Presidenta, de que o Poder Público nada poderia fazer contra figuras como José Maria Marin, mestre Zuenir Ventura vem a público com importante alerta na sua crônica de ontem.

          De início enfatiza a sórdida campanha feita pelo então deputado estadual pelo partido da Ditadura, contra Vladimir Herzog (assassinado nas dependências do Exército em 1975). De que o acusava Marin? De que Herzog, então Diretor de Jornalismo da Tevê Cultura, colocara a emissora ‘a serviço do comunismo, por mostrar fatos negativos como a miséria’. Dias depois de  Marin exigir providências das autoridades, Vladimir foi ilegalmente detido e, em seguida, barbaramente torturado e morto.

          Mais tarde, Marin seria vice-governador de São Paulo, na chapa biônica presidida por Paulo Salim Maluf.

           Que essa figura tenha ficado à frente da CBF para a Copa de 2014, apesar da campanha patrocinada por Romário e Ivo Herzog, é mostra do descaso e indiferença das autoridades que costumam escudar-se na desculpa de que a CBF é organização privada.  Com todos os fundos gastos pelo Brasil para financiar a festa que, para nós, terminaria no 7x1 do Mineirão  foi um triste espelho do aludido descaso do poder público.

           As organizações esportivas, e a futebolística que é a mais importante, deveriam voltar aos tempos de Paulo Monteiro de Carvalho. Não podemos tolerar personagens sobre quem pesam tão   graves suspeitas.

           Romario, que é agora Senador da República, deveria verificar se é do interesse brasileiro que a CBF seja entregue à pessoa como Marco Polo del Nero,  que fugiu de Zurique às carreiras, sequer votando no seu candidato  Joseph Blatter. Estaria ele, por acaso, assustado com a prisão de seu protetor José Maria Marin, hoje atrás das grades, a caminho de extradição para os Estados Unidos, a fim de responder pelos crimes de que é acusado?

      
Testemunhos de Cristovam Buarque

 

            Sabíamos há muito das grandes qualidades do Senador Cristovam Buarque. Na sua coluna quinzenal em O Globo, o leitor encontrará não só problemas da atualidade brasileira, mas sinalizações do interesse e da possibilidade de resolvê-los.

           Apesar da retórica oficial que encontramos nas relações triunfalistas de Lula da Silva – com o Brasil credor do FMI – é importante não esquecer que a dívida bruta do Brasil é de R$ 3,48 trilhões, e que a conta dos juros nominais do setor público nos doze meses terminados em março de 2015 foi de R$ 396,6 bilhões. 

            Assinale-se que nos álacres tempos de Guido Mantega e Arno Augustin,  a dívida líquida do Brasil estava inquinada de tantas artes de inventiva fiscal, que o mercado – e as autoridades internacionais – não mais a consideravam como base de referência pare exames.

            Por outro lado, a fragmentação do País é uma decorrência de falta de liderança nacional e, por conseguinte, ausência de um sentimento nacional, como assinala com grande oportunidade o colunista e Senador Cristovam Buarque.  Os grupos e facções se digladiam entre si e nenhum pensa no interesse coletivo e no futuro.

            A própria propaganda partidária obrigatória – e a sua absurda, congolesa multiplicação já virou acinte e um teste para a paciência do Povo brasileiro – reflete essa divisão “em corporações e grupos preocupados com interesses específicos e imediatos, banqueiros ou trabalhadores, sem considerar o interesse coletivo e o futuro”.

             O Brasil, pela ausência de lideranças e a desmoralização do PT, e de seus líderes máximos, manchados por uma série de grandes escândalos, virou gigantesca Casa da Mãe Joana, em que todos deblateram, pensando serem donos da razão, quando na verdade  sóem  apenas de tratar dos próprios interesses.

             Confrange ser assistente do momento que o Brasil atravessa:  ausência de um denominador comum e do surgimento de um punhado de pessoas que mereçam o respeito de seus contemporâneos.Há uma vã procura por personalidades que estejam acima dos interesses particulares e se proponham a defender a causa da maioria.
 

Fernando Pimentel

 
            Muito ligado a Dilma Rousseff, na última eleição, logrou vencer o favoritismo do PSDB em Minas Gerais.  Para tanto, Fernando Pimentel teve a ajuda providencial de candidatura desastrosa para Governador de Minas pelo PSDB.

             Talvez uma atitude de descabido otimismo tenha sido duplamente nociva para o partido de Aécio.  A sua derrota em Minas Gerais para Dilma Rousseff  refletiu a mesma  realidade do pernicioso ‘já ganhou’, que – pela diferença geral de votos de apenas 3% entre Dilma e Aécio – poderá  ter sido tristemente determinante da derrota nacional do candidato do PSDB.

             O amigão de Dilma Rousseff já tivera seus problemas na justiça, como apontados pelas ‘consultorias’ recebidas em Minas. De qualquer forma, se o novo Governador do PT em Minas teve questões a dirimir, elas foram de um modo ou de outro afastadas.

              Agora pipoca um novo problema que se refere ao apartamento da mulher do Governador Pimentel, Carolina de Oliveira Pereira. O imóvel, de propriedade da Primeira Dama de Minas, sediaria a Oli Comunicações e Imagens, que está no nome de Carolina Pereira, e que seria empresa fantasma a serviço do grupo de Bené para movimentação financeira indevida.

              Nesse contexto, está também a principal empresa da família do empresário que faturou R$ 465 milhões desde 2005. Tal chamou a atenção dos investigadores.

              A PF deflagrou na sexta a Operação Acrônimo e prendeu em flagrante quatro pessoas, entre as quais Bené, que é ligado ao PT. Esse empresário é apontado como chefe da organização criminosa investigada por lavagem de dinheiro.     

              Auditorias da CGU feitas desde 2005 detectaram irregularidades nos contratos firmados pela empresa (Gráfica Brasil) com pelo menos três ministérios:  Cidades, Agricultura e Turismo.

              E não é que aparece também a nossa conhecida Erenice Guerra. Afastada da Casa Civil de Lula após ser alvo de denúncias de tráfico de influência e lobby, a revista Epoca (das organizações Globo) informa esta semana que em maio de 2014 Erenice acertou contrato de sociedade com a Brasil Século III, do ex-deputado Virgilio Guimarães (PT-MG), que é um dos investigados  na operação Acrônimo. Seria por meio dessa empresa que o petista recebia dinheiro do esquema de Bené.

 

 

( Fontes:  O  Globo, Folha de S. Paulo )

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