quarta-feira, 6 de maio de 2015
Lula, Dilma e a Turma do PT
Negra terça-feira para o PT e seus líderes. O anunciado programa do Partido dos Trabalhadores interrompeu a novela das dezenove horas. Decisão mal-avisada, imbuída da húbris de outrora.
Seria de interesse dos próprios dizer-lhes que, em queda livre na aceitação pública, deveriam ter mais respeito pela programação da tevê. A arrogância dos políticos nos impinge a divulgação da propaganda partidária mesmo longe da sazão das eleições. E temos de aguentar o demencial pluripartidarismo - será que o STF não poderia reconsiderar a sentença que derrubou cláusula de barreira a número de partidos por um despropositado liberou geral ? Não acham por acaso, senhores Ministros, um tanto ridículo que ora nos venham com 32 supostas ideologias, sem falar que há ainda pretendentes na fila?
Quem esquece a norma do meio-termo aristotélico corre o risco de cair não só em erro, mas o que é pior, no absurdo do literalismo...
Mas voltemos à decadência petista. Na Câmara, a fraca Presidenta teve de engolir outra mais, seja a confirmação da PEC da bengala. Elevar a idade de compulsória para os Ministros do Supremo faz sentido não só à luz dos dados atuariais contemporâneos, senão da própria Política. É uma pena que perdemos o aporte de Ministros de escol como Cezar Peluso e Ayres Britto. Contudo, cinco dos membros atuais não cairão por ora na compulsória, e assim a presidente Dilma Rousseff não mais poderá trazer para o STF aqueles que dariam à Corte um viés mais favorável a regime que não mais goza do favor público.
Por outro lado, o programa do Partido dos Trabalhadores provocou mais um panelaço nacional. Se não estava assistindo ao carrossel do partido da estrela solitária (olha que a semana não foi para esse símbolo...), agradeço à minha vizinhança porque pela sua ruidosa expressão de dissenso, me assinalou que o programa do PT estava no ar. Os gerarcas petistas não perderam ainda por inteiro os favores do bom senso. Por isso, a Presidente não apareceu no dito programa.
Por sua vez, o líder e fundador do então aguerrido e jacobino PT, lá estava. Já não tem a eloquência de antes, e mostra no semblante as marcas do tempo. Diriam que não há nada de mais, porém para quem lhe ouviu no passado a diferença é marcante, e não apenas na elocução.
Muita vez, na história do Brasil, as manifestações populares quebraram doces e ledas ilusões do poder, que amiúde pensa que o encanto é permanente, e independe de circunstâncias.
De toda maneira, é sem dúvida apropriado que o dissenso se manifeste ruidosa porém pacificamente. No passado, tivemos, entre outras do gênero, o Beco das Garrafadas, em que a violência quebrou não só ilusões palacianas. Por isso, acredito ser positivo que a eventual discordância se expresse de forma pacífica e quase brincalhona, à brasileira, pelo panelaço, pelo buzinaço, e pelas luzes a piscarem.
( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo, e com agradecimento a Pedro Almodóvar )
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