O Papa Francisco pela sua
espontaneidade não se atém à chamada linguagem da correção política. Em
observação de Gerard O’Connell, o Sumo Pontífice é autêntico e diz o que realmente
sente e pensa.
Na reunião com o Presidente Mahmoud
Abbas, da Palestina, houve frase que provocou certa controvérsia na
imprensa italiana e junto aos chamados vaticanistas.
O próprio Padre Federico Lombardi, Diretor
da Sala de Imprensa da Santa Sé, admitiu – por não achar-se próximo de Papa
Francisco e de Abbas - não haver podido
ouvir com clareza a expressão pronunciada pelo Santo Padre.
No entanto, a representante da
Associated Press, Nicole Winfield,
ouviu distintamente de Sua Santidade a frase “Você é um anjo de Paz” (Lei è un
angelo della pace”.
A frase pontifical, consoante ouvida
pela correspondente da A.P., despertou alguma espécie na imprensa italiana. Por
isso, surgiu a versão, divulgada por jornais italianos, de “possa ser o Senhor
um Anjo da Paz”. A frase, que pende para a correção política, foi empregada
pelo “Corriere della Sera” e “La Repubblica”.
Na verdade, pela gravação vaticana
destinada à televisão, o que Papa
Francisco declarou se acha a meio caminho das duas frases: “ O Senhor é um
pouco o Anjo da Paz” (em italiano, ‘Lei é
un po’ angelo della pace’).
Esta asserção, que transcreve o que
foi dito pelo Sumo Pontífice, se acha, de certa forma, entre as duas
expressões.
Quanto ao reconhecimento da Palestina
como Estado pela Santa Sé, a suposta elevação pela Santa Sé do status palestino formalmente como Estado
– e que teria provocado desconforto em Israel, na verdade não
corresponde à realidade, porque o Vaticano já firmara dias antes com o Estado da Palestina um acordo abrangente
que regula a atividade da Igreja Católica nos territórios palestinos.
Na verdade, o emprego do termo ‘Estado
da Palestina’ em acordo legal entre os dois Estados despertou uma atenção
descabida, eis que a Santa Sé vem usando esse termo desde que a Assembleia
Geral das Nações Unidas reconheceu a Palestina como um “Estado Observador”.
São conhecidas as restrições e os
diversos procedimentos de Tel-Aviv no sentido de negar à Palestina um status plenamente soberano (como a retenção de contribuições e impostos devidos à
Palestina, e outros incômodos e atazanamentos tendentes a sublinhar a suposta
falta de soberania de Ramallah).
( Fonte: The New York Times )
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