quarta-feira, 20 de maio de 2015

Reunião do Papa e Abbas


                                

        O Papa Francisco pela sua espontaneidade não se atém à chamada linguagem da correção política. Em observação de Gerard O’Connell, o Sumo Pontífice é autêntico e diz o que realmente sente e pensa.

        Na reunião com o Presidente Mahmoud Abbas, da Palestina, houve frase que provocou certa controvérsia na imprensa italiana e junto aos chamados vaticanistas.

        O próprio Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, admitiu – por não achar-se próximo de Papa Francisco e de Abbas -  não haver podido ouvir com clareza a expressão pronunciada pelo Santo Padre.

        No entanto, a representante da Associated Press, Nicole Winfield, ouviu distintamente de Sua Santidade a frase “Você é um anjo de Paz” (Lei è un angelo della pace”.

        A frase pontifical, consoante ouvida pela correspondente da A.P., despertou alguma espécie na imprensa italiana. Por isso, surgiu a versão, divulgada por jornais italianos, de “possa ser o Senhor um Anjo da Paz”. A frase, que pende para a correção política, foi empregada pelo “Corriere della Sera” e “La Repubblica”.

         Na verdade, pela gravação vaticana destinada à televisão, o que  Papa Francisco declarou se acha a meio caminho das duas frases: “ O Senhor é um pouco o Anjo da Paz” (em italiano, ‘Lei é un po’ angelo della pace’).

         Esta asserção, que transcreve o que foi dito pelo Sumo Pontífice, se acha, de certa forma, entre as duas expressões.

         Quanto ao reconhecimento da Palestina como Estado pela Santa Sé, a suposta elevação pela Santa Sé do status palestino formalmente como Estado – e que teria provocado desconforto em Israel, na verdade não corresponde à realidade, porque o Vaticano já firmara dias antes com o Estado da Palestina um acordo abrangente que regula a atividade da Igreja Católica nos territórios palestinos.

        Na verdade, o emprego do termo ‘Estado da Palestina’ em acordo legal entre os dois Estados despertou uma atenção descabida, eis que a Santa Sé vem usando esse termo desde que a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu a Palestina como um “Estado Observador”.

        São conhecidas as restrições e os diversos procedimentos de Tel-Aviv no sentido de negar à Palestina um status plenamente soberano (como a retenção de contribuições e impostos devidos à Palestina, e outros incômodos e atazanamentos tendentes a sublinhar a suposta falta de soberania de Ramallah).

 

( Fonte:  The New York Times ) 

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