domingo, 3 de maio de 2015

Colcha de Retalhos C 16

                                         

A PF investiga João Santana

 
        O marqueteiro do PT, que se ocupou das últimas três campanhas presidenciais – uma de Lula em 2006, e duas de Dilma, em 2010 e 2014 – agora é investigado pela Polícia Federal.  Trata-se de outra campanha do Partido dos Trabalhadores, seja a eleição do ‘poste’ Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo (2012).

        Nas vitórias, sobretudo a de Dilma em 2014, o suposto mago João Santana contou com a preciosa ajuda tanto do escasso tempo de Marina Silva, quanto da atitude do órgão fiscalizador, que lhe denegou direito de resposta, em absurdo filmete em que a autonomia do B.C. era apresentada como a oportunidade dos banqueiros de tirar a comida da mesa dos pobres. A denegação pelo TSE do direito de resposta por Marina Silva facilitou além disso o que essa candidata chamara de campanha de mentiras. Foi fácil ao suposto ‘mago’ desconstruir a vantagem inicial de Marina Silva. Logrou assim o PT livrar-se de Marina no turno final, pela ameaça maior que representaria para a candidata oficialista Dilma Rousseff.

        Desta feita, João Santana – que já teve problemas na Ação Penal 470 (Mensalão) – é agora alvo de inquérito da Polícia Federal. Apura-se se suas empresas trouxeram de Angola US$ 16 milhões em operação de lavagem de dinheiro  para beneficiar o Partido dos Trabalhadores.

       Nesse ano de 2012, o publicitário fez a campanha eleitoral no país africano, em que foi novamente reeleito o Presidente em funções, José Eduardo dos Santos. Com efeito, dada a prevalente corrupção em Angola, as reeleições desse presidente são formalidades, atendidas as características do pleito e a sua ‘apuração’, que não se assinala pela transparência.

       A PF suspeita dos recursos transferidos de Angola – que o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) considerou operação atípica  para a conta do marqueteiro. Para os policiais  os recursos de Angola (US$ 16 milhões) poderiam ter sido pagos por empreiteiras brasileiras que atuam naquele país.

        Dentro desse raciocínio, tal poderia ser, nesta hipótese, maneira de saldar o débito de R$ 20 milhões da campanha de Haddad para a prefeitura, com a empresa de João Santana.

        O marqueteiro nega haver praticado irregularidade, eis que, no seu entender, não teria sentido operação de lavagem de dinheiro para o PT. Segundo declarou Santana, ‘trata-se de operação legal e totalmente transparente’. Sem embargo, segundo frisa a Folha, especialistas em finanças ouvidos pelo jornal, dizem que não é comum o “internamento” (remessa de dinheiro do exterior para o Brasil), mesmo sendo legal, por causa da elevada carga tributária e da burocracia brasileira para alguém que tem negócios no exterior.

         É por esta razão que a P.F. acha que o dinheiro trazido de Angola em 2012 seria  para pagar dívidas do PT no Brasil. Nessa interpretação, seria operação de lavagem de dinheiro para beneficiar o Partido dos Trabalhadores.

 
Aprovada a Desinformação

      

             Como diz Bernardo Mello Franco, na sua nota editorial na Folha,  “a votação de um projeto de lei sobre rotulagem de alimentos, na última 3ª Feira, ajuda a explicar o Congresso que está aí.”

             Liberado no Brasil, o plantio de transgênicos até hoje deve ser levado ao conhecimento do consumidor (as embalagens com organismos geneticamente modificados devem trazer um pequeno triângulo amarelo com a letra T – de transgênico).

            Pois se prevalecer a votação na Câmara – favorável por 320 votos a 135 ao projeto do deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), da bancada ruralistao símbolo informativo será retirado das embalagens.

 
Esforço Fiscal

 

         Uma não tão diáfana cortina desce sobre as despesas do Governo. Pelo resultado do primeiro Trimestre, verifica-se que há muito por fazer nos nove meses restantes. Constata-se que o esforço de conter despesas e incrementar receitas terá de ser proporcionalmente maior no restante do ano.

         A boa surpresa – diante dos pífios números federais – é apresentada por um desempenho excepcional de municípios e Estados.

         Muito baixa a queda na despesa federal – só 0,8% - mas a rcceita  - que deveria subir – caíu muito mais depressa (4,4%).

         Na verdade, se o Governo federal reduziu seus investimentos em quase um terço, todo esse esforço foi afetado pelo aumento na conta da Previdência e de benefícios sociais.

         A demagógica campanha contra o Plano Levy e o Ajuste Fiscal explica boa parte desse malogro. Cortes na Previdência no que tange a pensões excessivas para gente jovem, entre outras bondades, tem sido ignorados por motivos políticos.

        E o Ministro Levy, preso a uma Presidente impopular e sem poder no Congresso, já avisa que se o Ajuste Fiscal não funcionar, a queda do conceito para grau especulativo se afigura bastante provável.

 
Tramitação do Impeachment

 

             O painel da Folha informa que a bancada do PSDB na Câmara procurou  Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para tratar do pedido de Impeachment que considera apresentar contra Dilma Rousseff. Cunha respondeu que o pedido não será descartado de pronto.  Pretende ele contratar  pareceres jurídicos independentes, equivalentes aos apresentados pelos tucanos.

              Semelha óbvio que a pressão sobre a Presidente tenderá a aumentar, considerado o viés dos aludidos pareceres.

              Nesse contexto, é intenção de Aécio Neves (PSDB-MG) sinalizar de forma positiva não só a contratação de novos pareceres jurídicos pelos tucanos, mas também levar o tema à reunião com presidentes dos partidos aliados na próxima 4ª feira, dia seis de maio.

              Pelo andar da carruagem, parece enfraquecida a oposição interna contrária à movimentação pró-impeachment, assumida por FHC e os dois senadores por São Paulo,  José Serra e Aloysio Nunes Ferreira. 

 

A   Crise  da  Petrobrás

 

               Se 2014 não foi um ano bom para as petroleiras, por força da queda na cotação do barril de petróleo,  a ineficiência somada com a corrupção contribuíram para que a Petróleo Brasileiro S.A. tenha experimentado a maior baixa contábil, com R$ 44 bilhões, seguida pela BP (British Petroleum) com R$ 22 bilhões e a Total com R$ 21 bilhões.

 

( Fontes:  Folha de S. Paulo,  O  Globo ) 

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