O desgoverno
de Dilma Rousseff aparece de forma mais acentuada – por enquanto – em pesquisa
sobre a situação atual do país, avaliação da situação econômica e dos principais
desafios – do que nos reflexos desse estado de coisas nas prévias do Datafolha para as eleições presidenciais
de outubro p.f.
Para o Pew Research Center (o Centro de Pesquisas Pew) estavam satisfeitos com a situação do país,
em 2010, 50% e insatisfeitos, 49%. Já em 2013, os insatisfeitos
passaram para 55% e os satisfeitos para 44%. Por fim, em 2014,
despenca a avaliação sobre a situação atual do país: 72% estão insatisfeitos e apenas 26% se acham satisfeitos!
Na avaliação da situação econômica,
há grande discrepância entre a avaliação favorável de 2010, que a considera boa em
62%, que ainda subsiste em 59%
em 2013
para afinal desabar em 2014, com somente 32% a julgando ainda boa. Com efeito, a minoria que julgava a situação
econômica ruim em 2010 (36%), vira maioria em 2014, com 67% considerando ruim a situação econômica!
Entre os principais desafios para o
Brasil, a inflação é considerada a principal, com 85% das avaliações. A lista dos seguintes principais desafios para
a sociedade brasileira, é na prática uma acusação pesada acerca da capacidade
do governo. Com efeito, em termos de importância, após os 85% da carestia,
entram a criminalidade e saúde com 83%, a corrupção política, com 78%, a falta
de emprego, com 72%, hiato entre pobres
e ricos (68%) e a má qualidade das escolas, com 64%. Já a Copa do Mundo, na prática o seu
efeito sobre a imagem nacional não é concludente: se para 39% ele é negativo, para 35% será
positivo e nulo para 23%.
O quadro da pesquisa, no que concerne diretamente
à sua reeleição ou não, é considerado negativo, avaliado como apontando quadro
difícil para a sua recondução neste ano. Em 2010, Lula da Silva recebera a boa nota
de 84% dos entrevistados. Hoje, o país está
dividido no que concerne à Dilma: 52%
reputam negativa a influência de sua
presidência para o Brasil, e 48% a
julgam positiva. É importante sublinhar que se os brasileiros
de maior renda e mais escolarizados desaprovam a sua gestão de forma mais
contundente, a avaliação negativa, ainda que mais matizada, também predomina
nas classes de menor poder aquisitivo e educação.
Segundo se poderia deduzir das
pesquisas da Pew, está na Inflação o
fator negativo que mais contribui para as avaliações contrárias ao governo
Dilma.
Aí reside o erro capital de Dilma
Rousseff. Na prática, e de forma irresponsável, resolveu enveredar por caminhos
perigosos, em que buscava combater a carestia através de declarações retóricas,
como se o velho dragão se deixasse conter por esse tipo de linguagem e de falta
de plano para continuar o bom trabalho feito pelo governo de Lula (malgrado os
pecadilhos das capitalizações no seu final de mandato).
Dilma Rousseff pensou ressuscitar o
desenvolvimentismo, em que as fontes de renda nem sempre correspondiam aos
fundos obtidos por fontes fiscais seguras, como são os impostos e taxas. Gastadeira, mandou que o Banco Central se
abstivesse de elevar a taxa Selic para controlar o fluxo monetário.
A sua ‘reconversão’ à ortodoxia
fiscal (com muitas exceções, na chamada contabilidade ficcional) não permitiu
que a inflação média baixasse, a ponto
de que até nessa altura do campeonato o patético Ministro Guido Mantega venha
declarar que o PIB não está crescendo ... por causa da inflação. Ora, como o
dragão não reapareceu por acaso, e a está igualmente bem determinada a
responsabilidade pela permanência de uma taxa de alta dos preços que bate(ou
supera) o teto da inflação prevista, Dilma, por mais que se esforce, não
consegue livrar-se da camisa de Nesso da carestia.
Daí, a raiva de pobres e ricos para com o Governo Dilma, que
de forma insensata e temerária mexeu com o Plano Real e a preservação da
estabilidade da moeda.
Por isso, a carestia está em toda
a parte e o seu dedo aponta para dona Dilma como quem a trouxe de volta. Depois
de tudo o que passamos por causa da inflação, não se pode deixar de considerar
como irresponsável um governo que a ressuscite.
E os culpados são... Lula,
que de forma voluntarista e indefensável, fez eleger o ‘poste’ Dilma Rousseff, e a própria Presidenta, que apesar de economista parece não ter
aprendido bem a dura lição, de resto bem sabida pela grande maioria dos
brasileiros.
( Fonte: O Globo )
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