A coisa esteve preta em Fortaleza,
no segundo tempo, diante da emudecida torcida nordestina, que via por vez
primeira, a seleção.
Víamos algo
com que nós brasileiros não estamos acostumados. O scratch nacional, empurrado
para a defesa, e com os mexicanos apertando um cerco que parecia não ter fim.
Havia no ar o incômodo temor de um time acuado, com os ‘rojos’ chutando a gol,
com uma insistência que nos fazia recear o pior. Júlio Cesar fez a sua parte, e
teve sorte em bola que soltou na área, porque a defesa nossa estava lá.
No
primeiro tempo, Cuneyt Cakir, o juiz turco, achou por bem não aplicar cartões amarelo –
no início, os mexicanos apelaram bastante para o recurso. Só não entendi – e nisso
estou com Felipão - que as faltas dos mexicanos (e foram várias) mereciam quando
muito uma ‘advertência’. Depois, o critério virou, e aí para controlar a
partida Sua Senhoria passou a aplicá-los, o que fez que Brasil e México se igualassem
em dois cartões cada, o que é juízo salomônico que não refletiu a realidade
da maior apelação do time azteca.
A atuação do
goleiro Ochoa foi realmente excepcional, mas tenha-se presente que quando um
arqueiro ‘fecha o gol’ isso reflete não só a sua destreza, mas também a inépcia
dos atacantes adversários. Neymar desta feita levou muitas vezes a mão à
cabeça, o que em geral quer dizer que perdeu uma oportunidade. Tiro indefensável
é isso aí. Lembram-se do chute de Neymar na Copa das Confederações no ângulo do
andar de cima, à direita do arqueiro ? Vimos então a bola estufando a rede e temos
conversado...
As
substituições de Felipão não me encheram as medidas. Lembrei-me da falta do Fred quando, no
segundo tempo, os atacantes (e beques) brasileiros chutaram (ou cabecearam) a
queima-roupa, mas sempre em cima do fenômeno Ochoa. Será que o Fred teria
perdido tais chances, mesmo uma que fosse? Tenho minhas dúvidas. Além disso, Jô
que o substituíu, livre e frente ao gol
mexicano, na grande área, chutou para fora uma das grandes oportunidades da
partida.
Agora, nos toca aguentar os cálculos estatísticos
do Galvão Bueno, porque quando a seleção não vence, passa a depender de
resultados de outros jogos... Concordo com Tostão de que faltou mais talento,
que o Brasil, mais uma vez, não teve meio-campo, e que o time depende demais de
jogadas aéreas e, principalmente, de lances individuais, estocadas, quase
sempre com Neymar.
A rodada
incluíu a vitória (suada) do decantado fenômeno belga sobre a modesta Argélia e
o frangaço do goleiro russo, que o próprio time pôde remediar com um empate
contra a Coréia do Sul nos minutos finais.
E hoje tem Austrália e Holanda (no Beira Rio, em Porto Alegre), Espanha X Chile, no
Maracanã, e em Manaus, fechando a sessão, Camarões
X Croácia !
( Fontes: O Globo, Rede Globo, Folha de S. Paulo )
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