sexta-feira, 6 de junho de 2014

A Fraqueza dos Presidenciáveis


                                 

            Se há por ora uma característica comum para os três candidatos à presidência, é a atual fraqueza de suas candidaturas. Dilma Rousseff (PT) vem caindo desde fevereiro (44%) até princípios de junho (34%). O viés para a Presidenta é para baixo, o que se entende não só pelo Datafolha, senão pelo Centro de Pesquisas Pew, com o pessimismo do eleitor no que tange à economia  e à situação atual do país, especialmente no que toca a inflação, com 85% de preocupação.

            Como é óbvio que a propaganda e a exposição na mídia da candidata tem limites no que concerne às possibilidades de aceitação induzida. O povo não é burro, e a inflação está em toda a parte, com um retorno que o brasileiro não merecia. Se a realidade bate com a rósea publicidade, prevalece a primeira, que se reflete no bolso do trabalhador e na bolsa que sua mulher pode trazer da feira.

           O único consolo de Dilma, por ora, é que os mouros na costa não estão crescendo, como se vê pelo Datafolha. Com relativa pouca exposição, tanto Aécio patina (de 20% para 19%), quanto Eduardo Campos cai 4 pontos, de  11% para 7%. De todos o menos conhecido nacionalmente o candidato do PSB tampouco parece lucrar  pela aliança com Marina. A maior consistência eleitoral da candidata da Rede  (que morreu por jogada de cartórios eleitorais no ABC – onde o PT é especialmente forte - com copiosa rejeição de assinaturas de eleitores. Na sessão do TSE, presidida pela Ministra Carmen Lúcia, somente o Ministro Gilmar Mendes votou favoravelmente à Rede)  não está aproveitando, assim, ao candidato do PSB, pois os vices não costumam transferir votos...

           Trocando em miúdos:  o povão não mais confia em Dilma, a que deixa lentamente cair. Os dois nomes e meio que se lhe opõem (Aécio e Campos com o aditivo Marina) não estão conseguindo sacudir o eleitorado, a ponto de confluir para uma dessas duas alternativas, por enquanto.

           Aécio é bom orador, mas semeou muitos ventos dentro do PSDB para chegar onde está. Por sua vez, Eduardo Campos, que já era o terceiro, ainda arranjou jeito de perder quatro pontos, o que é preocupante para quem só tinha onze. Além disso, a aliança com Marina Silva não semelha redundar em grandes afluxos de apoio, dentro da maldição que persegue os vice-candidatos.

           Nesta hora, com o carro-fila rateando, o volta-Lula  dá toda a impressão de retornar a pleno vapor. O monopólio petista do poder está em risco? Os companheiros acham que doze anos é pouco para tudo o que o Partido dos Trabalhadores pretende fazer para afirmar-se inda mais no mando.  Depois de doze anos, morrer na praia?

          Diante do temor que se generaliza, será que o grande Guia Lula da Silva resistirá ao assédio dos nervosos companheiros, inquietos diante dos maus horóscopos?  O seu retorno às urnas não garante o êxito, mas  afugenta boa parte das nuvens e promete a volta ao Eldorado, com mais quatro anos de aparelhamento e sobretudo as regalias do poder, das quais o PT sente muita dificuldade em separar-se ...

 

(Fontes:  Folha de São  Paulo, O Globo)

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