Se há por ora uma característica
comum para os três candidatos à presidência, é a atual fraqueza de suas
candidaturas. Dilma Rousseff (PT) vem caindo desde fevereiro (44%) até
princípios de junho (34%). O viés para a Presidenta é para baixo, o que se
entende não só pelo Datafolha, senão pelo Centro de Pesquisas Pew, com o
pessimismo do eleitor no que tange à economia e à situação atual do país, especialmente no que
toca a inflação, com 85% de preocupação.
Como é
óbvio que a propaganda e a exposição na mídia da candidata tem limites no que
concerne às possibilidades de aceitação induzida. O povo não é burro, e a
inflação está em toda a parte, com um retorno que o brasileiro não merecia. Se
a realidade bate com a rósea publicidade, prevalece a primeira, que se reflete
no bolso do trabalhador e na bolsa que sua mulher pode trazer da feira.
O único
consolo de Dilma, por ora, é que os mouros na costa não estão crescendo, como
se vê pelo Datafolha. Com relativa pouca exposição, tanto Aécio patina (de 20%
para 19%), quanto Eduardo Campos cai 4 pontos, de 11% para 7%. De todos o menos conhecido
nacionalmente o candidato do PSB tampouco parece lucrar pela aliança com Marina. A maior consistência
eleitoral da candidata da Rede (que morreu por jogada de cartórios
eleitorais no ABC – onde o PT é especialmente forte - com copiosa rejeição de
assinaturas de eleitores. Na sessão do TSE, presidida pela Ministra Carmen
Lúcia, somente o Ministro Gilmar Mendes votou favoravelmente à Rede) não está aproveitando, assim, ao candidato do
PSB, pois os vices não costumam transferir votos...
Trocando em miúdos: o povão não mais confia em Dilma, a que deixa
lentamente cair. Os dois nomes e meio que se lhe opõem (Aécio e Campos com o
aditivo Marina) não estão conseguindo sacudir o eleitorado, a ponto de confluir
para uma dessas duas alternativas, por
enquanto.
Aécio é bom
orador, mas semeou muitos ventos dentro do PSDB para chegar onde está. Por sua
vez, Eduardo Campos, que já era o terceiro, ainda arranjou jeito de perder quatro
pontos, o que é preocupante para quem só tinha onze. Além disso, a aliança com
Marina Silva não semelha redundar em grandes afluxos de apoio, dentro da
maldição que persegue os vice-candidatos.
Nesta hora,
com o carro-fila rateando, o volta-Lula dá toda a impressão de retornar a pleno
vapor. O monopólio petista do poder está em risco? Os companheiros acham que
doze anos é pouco para tudo o que o Partido dos Trabalhadores pretende fazer
para afirmar-se inda mais no mando.
Depois de doze anos, morrer na praia?
Diante do
temor que se generaliza, será que o grande Guia Lula da Silva resistirá ao
assédio dos nervosos companheiros, inquietos diante dos maus horóscopos? O seu retorno às urnas não garante o êxito,
mas afugenta boa parte das nuvens e promete a volta ao Eldorado, com mais
quatro anos de aparelhamento e sobretudo as regalias do poder, das quais o PT
sente muita dificuldade em separar-se ...
(Fontes: Folha de São
Paulo, O Globo)
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