Em 14 de junho de 2008, postei
o meu primeiro blog, em série que se
tornaria diária no ano seguinte. Naquele sábado, publiquei a crônica ‘Os Cachorros de Atenas’. Em 2009, a frequência
dos blogs se encaminha para o diário,
e assim tem sido até o presente.
Tenho contado com a paciência dos meus leitores. Além do império do cotidiano, que vai desfolhando a margarida com a imprevisibilidade dos dias, esse espaço incomensurável que visito, se possível, a cada manhã, me tem dado a oportunidade de publicar ficção, nos contos e novelas das séries Cidade Nua, assim como fazer a devida homenagem ao saudoso mestre e amigo Pedro Carlos Neves da Rocha, nas vinte e sete Cartas ao Amigo Ausente.
Ainda no
contexto dos preitos à memória da grande erudição desse amigo – de que preserva
o próprio amor ao livro – não como bibliófilo, mas como objeto de estudo – está
a biblioteca já estruturada em pavilhão anexo ao Palácio Rio Negro, em Petrópolis, com os seus 25 mil volumes.
Tive
também a satisfação de postar o seu livro “Crítica
do Animal Político – o significado de
uma expressão sem sentido” – e disponibilizar-lhe a leitura através de link inserido nesse espaço, a três de
dezembro de 2013.
Considero esse livro exemplo magistral de como o estudioso aristotélico
pode lançar nas águas do rio do Letes
e dessarte preparar a despedida para os pósteros, vencendo, com sorriso e o
temível tapa nas costas, a desmemoria do Hades.
O saber vivo está presente nos capítulos de sua discussão de matéria que
através da estreita janela da monografia nos conduz para apreciações mais
amplas e largas. Tal leitura nos mostra,
outrossim, que não era por acaso que a coruja
de Minerva se postara à entrada do gabinete atopetado de livros de todas as
épocas, que hoje o estudioso, seja ele quem for, pode perlustrar no ambiente
sereno de homônima biblioteca petropolitana.
Pedro, brasileiro de boa cepa, gostava
do cafezinho dos botecos que não existem mais, mas ignorava olimpicamente o
futebol com seus transes e paixões. Por isso, não reagiria se lhe dissesse hoje
que a FIFA não mostra muita
sensibilidade ao designar o japonês Yuichi Nishimura para apitar o jogo de
abertura da Copa – Brasil x Croácia. Esse senhor apitara a quarta-de-final
Holanda x Brasil da Copa de 2010, em que, com um jogador expulso, fomos
eliminados.
Pedro
não entenderia o meu desconforto com a comissão arbitral da FIFA em impingir-nos este senhor, e logo
no jogo inaugural... Sabiamente, a tua preocupação com imponderáveis se cingia
às condições meteorológicas das vindas ao Rio, para a caminhada pelas livrarias
e sebos (espécie em vias de extinção), pedindo pelo telefone a Ana e a mim que lêssemos nos céus se aquela manhã
seria propícia para abalançar-se na Rio-Petrópolis...
(Fonte
subsidiária: O Globo on-line)
Um comentário:
Caro Pai,
Meus parabéns pelo marco. Impressionante não apenas pelo número, mas pela qualidade dos textos e o pensamento dedicado a cada blog. Já há material mais do que suficiente para considerar um ou mais livros com as séries e os melhores comentários. Por que não fazer a compilação, adaptar, e apresentar para algumas editoras?
Em todo caso aqui vão meus cumprimentos pelo feito. Será um prazer ler os próximos 2222.
Abraços,
Mauro
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