A inflação de D. Dilma ataca em muitas frentes. Não poderia, por isso, deixar de afetar o transporte urbano.
Diante da exigência, no Rio e São Paulo, das empresas transportadoras para a suposta necessidade de atualizar o preço das passagens, a autoridade estatal já se depara com uma estranha diferença entre Rio de Janeiro e São Paulo.
O transporte para os cariocas por motivos que só se podem atribuir à incompetência das autoridades municipal e estadual é mais caro do que o pago pelos paulistanos. O preço anterior estava marcado em R$ 2,75, com o bilhete único válido por duas horas. Em São Paulo, o usuário pagava R$ 3,00, por bilhete único, válido por três horas, nele incluído o metrô.
Verifica-se, portanto, que além de ser mais caro no Rio de Janeiro, e ter um prazo menor de validade, a passagem não era válida para o metrô, enquanto em São Paulo, o bilhete único incluía o metrô !
A extensão por três horas da passagem em São Paulo se deve a então prefeita Martha Suplicy, que enfrentou até lock-out dos proprietários de ônibus para impor as suas condições. No Rio de Janeiro, não houve igual firmeza do Prefeito, nem a necessária inclusão do metrô no bilhete único ( o usuário desse bilhete no Rio tampouco tem o preço do trem embutido, devendo pagar R$ 1,30 a mais para valer-se da Supervia). As precárias condições do metrô – que é, no Rio, da competência do governador - são de resto bem conhecidas daqueles que são forçados a servir-se desse meio de transporte de massa.
Assim, quando as companhias de transporte foram, com o pires na mão, reclamar aumento no preço das passagens, por causa da carestia, a incrível – e até hoje muito pouco mencionada – disparidade no custo do transporte urbano só aumentou.
Os paulistas – que têm bilhete único válido por três horas, incluindo o metrô – passarão a pagar R$ 3,20; e os cariocas – com o seu capenga bilhete único válido por duas horas (e de que está excluído o metrô) desembolsarão doravante R$ 2,95 !
Ora, isto por qualquer lógica, é inaceitável. Não se podem aplicar às duas principais metrópoles brasileiras critérios tão díspares. Se o incremento aplicado a São Paulo é válido, e chega a não considerar a alta da inflação – como disse o novel Prefeito Fernando Haddad -, qual é a justificação para que o usuário carioca só pague vinte e cinco centavos a menos pela passagem, que lhe oferece duas horas e não três, além da exclusão do metrô, que vale para o paulista com o mesmo bilhete ?
Tratarei em blog à parte das manifestações de protesto pela alta nas passagens, e da reação das chamadas forças da ordem.
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