Antunes, o Conquistador (7)
Requentou o leite e o café. O pãozinho, meio borrachoso, não dava jeito.
Para sua
surpresa, ela devorou o que pusera na mesa.
“Poxa,
’cê tava com fome...”
As
vistas meio-cerradas, o corpo envolto no lençol, a moça, com expressão bovina,
o encarou por um momento. Depois, se soltou.
“Desculpa, não foi por querer.”
*
Antunes
achou melhor sair, mas pensou que talvez ela quisesse algo da rua. Voltou então
ao quarto e a encontrou, de novo, dormindo.
Andando
pela Raul Pompeia a caminho da banca, se sentia um pouco confuso. Não atinava
quem pusera dentro de casa. Aonde ficara a acompanhante da véspera ?
Quando
chegou na Francisco Sá, quase esquina da avenida Copacabana, o jornaleiro
italiano lhe disse que o Correio acabara. Ficou irritado, e resolveu ir em
frente, até outra banca, perto do posto cinco.
Com esse
percalço, se perguntou se valia a pena todo o esforço.
Por
sorte, pôde encontrar o ‘Correio da Manhã’. Voltou pela calçada da praia – que
num dia de sol como aquele ficava cheia. Olhando para o Atlântico, por entre a
selva de guarda-sóis, lhe veio a ideia de levar Corina para o banho de mar. O
problema estava em arranjar maiô.
*
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