domingo, 2 de junho de 2013

Colcha de Retalhos A 19

                        
 Dolar a R$ 2,143

                    Apesar da venda pelo Banco Central de US$ 877 milhões, não foi possível  lograr, ao final do leilão, uma cotação mais baixa para o dólar, conforme o BC se propunha, aumentando a oferta de dólares no mercado, e por conseguinte causando a sua queda.
                   Na avaliação de Nathan Blanche, sócio da Tendências Consultoria, a valorização da moeda americana em maio terá impacto de 0,35% ponto percentual na inflação.
                    Segundo o especialista, o Brasil está sem política cambial e isso tira a credibilidade. Na quarta-feira, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o real desvalorizado não preocupava o governo e que ajudaria os exportadores. Menos de 48 depois, o BC atuou para tentar impedir a valorização do dólar.A quem o mercado deve ouvir ?    
                    As perspectivas inflacionárias da economia tendem a contribuir para que as empresas endividadas tenham dificuldade para proteger dívidas no mercado futuro (porque nesse mercado a perspectiva é de alta no câmbio. Se a perspectiva fosse de baixa no mercado futuro, as empresas endividadas poderiam resguardar-se, o que não ocorre).
                    Há um quadro que tampouco ajuda o Brasil. O real enfraquecido é uma consequência de má gestão na economia. A inflação, irresponsavelmente redesperta pelo governo Dilma Rousseff, além de encarecer os preços e reduzir a competitividade externa brasileira, debilita o real, por torná-lo de menor interesse  (quem se interessa por moeda que sangra no próprio valor ?).
                    Assinale-se, por fim, que a principal responsável quanto à falta de credibilidade do atual Ministro da Fazenda (as caricaturas de Chico Caruso são cruéis, mas refletem a realidade) é a própria presidenta que transformou este ministério em verdadeira casa da sogra, onde todos têm voz e, portanto, ninguém manda.


O  Recenseamento Alemão   

                   Não é por acaso que a Alemanha, a locomotiva da economia europeia, e o país de maior peso na U.E., relutava em realizar um novo censo demográfico.
                   Devido à baixa taxa de natalidade da população – que é um fenômeno não só europeu, mas também mundial, posto que pertinente aos extratos sociais com maior renda – era segredo de Polichinelo que o recenseamento traria más notícias para a RFA.
                   Em uma postura que lembra a do avestruz, Berlim não desejava trazer a lume tal situação. O recenseamento não era praticado desde 1987.  Nem o fato histórico da reunificação alemã, depois da queda do muro em 1989, levou à tomada de decisão de realizar o censo, não fosse para verificar o número de alemães do Leste que passaram a integrar a população da nova Alemanha.
                   Desse modo, a Alemanha tem 80,2 milhões e não 81,7 milhões de habitantes, como se presumia. Sumiram um milhão e quinhentos mil pessoas, o que coloca para Angela Merkel (ou quem presidir o próximo governo federal, nas vindouras eleições) uma responsabilidade que tenderá a aumentar com o envelhecimento demográfico, e a circunstância de  um número menor de cidadãos e cidadãs continuar a arcar com os compromissos tributários do porvir.
                  Assim, não é apenas o sentido de privacidade germânica a determinar essa pouca vontade de conhecer o respectivo número. Engrossam essa tendência a desconfiança de que a notícia não seria das melhores. De resto, foi somente para atender a mandamento da Comissão de Bruxelas que  a temida contagem se realizou.
                  O encolhimento populacional é uma tendência bastante generalizada na Europa, o que, aliás, tem podido ser observado por décadas, mesmo em países que no passado – como a Itália – tinham taxas de crescimento, senão notáveis, pelo menos sustentadas. Sem embargo, a tendência para a limitação da população, com a postergação do nascimento de um único herdeiro em cada família, não é uma característica exatamente nova naquele país católico.
                  Essa tendência demográfica tende a levar a situações peculiares, como pode ocorrer na Holanda, que terá maioria muçulmana em futuro não tão distante, se as presentes taxas de natalidade forem mantidas.


Kerry continuará a ser festejado por Lavrov ?

                  Reportara em blog anterior a diferença no tratamento dado pelo Ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, no que tange a Hillary Clinton e ao atual John Kerry.
                 A maior cordialidade dispensada ao novel Secretário de Estado resistirá  às duras críticas de Kerry ao inesperado envio pela Rússia de sofisticados mísseis anti-aéreos à ditadura de Bashar al-Assad, e logo às vésperas de um conferência de paz em Genebra ?
                 Em entrevista à imprensa, concedida por Kerry ao ensejo da visita do Ministro do Exterior alemão, Guido Westerwelle,  o Secretário de Estado declarou:
                 “Se é um contrato novo ou não, ele tem influência profundamente negativa nos interesses respectivos e na estabilidade da região, além de pôr em risco a segurança de Israel.  Não é, segundo nosso juízo, responsável, por causa do tamanho e da natureza do armamento,  e o que ele possa causar para a região em termos da segurança de Israel.”


Antigas Moedas de Prata voltam à Grécia              

 
                Apreendidas em novembro de 2011 pela alfândega de Zurique da bagagem de um belga com residência na Grécia, 118 antigas moedas de prata de princípios do 4º século antes de Cristo na velha Hellas,  estão sendo ora devolvidos ao seu longínquo mas autêntico herdeiro, que é a República Helênica. O valor numismático será presumivelmente maior por dizer respeito à época clássica.
                 Dadas as circunstâncias atuais, em que o fluxo de pagamentos se tem caracterizado na Grécia moderna como um sangramento da economia desse país, com tanta presença histórica, mas infelizmente pouco recursos e ativos, seria de esperar que esse retorno de haveres – na verdade simbólico – anteceda ulteriores afluxos, que impliquem em efetivo incremento de bens.
                  Entre esses, os assim denominados mármores de Lord Elgin, surrupiados no ocaso do domínio turco sobre a Grécia, sejam devolvidos pelo Reino Unido para o seu destino natural, que é  o novo Museu da Acrópole.  Em fim de contas, o frontispício do Parthenon, deve ser exposto em Atenas e não em Londres.
 

 
( Fontes:  International Herald Tribune,  O Globo )      

Nenhum comentário: