Antunes, o Conquistador (8)
Enquanto
subia os degraus para o seu apartamento, se perguntava se a moça ainda estaria
dormindo. Por isso, ao abrir a porta, disse, alçando um pouco a voz, mas sem
gritar:
“Corina
?”
Como
ninguém respondesse, meneou a cabeça, incrédulo.
“Será
possível que continue dormindo a esta hora ?”
O
apartamento só tinha um dormitório. Da sala saía pequeno corredor, que dava
acesso a três cômodos: quarto, banheiro e cozinha.
De leve,
empurrou a porta. Levou segundos para notar que nenhum lençol recobria o colchão.
Além da
bagunça – roupas suas estavam espalhadas pelo chão -, não havia vivalma no
aposento.
Inquieto, respirou bem fundo. Agia assim, em situações de crise. Talvez
não fosse nada demais. Só pedia que ela não tivesse feito alguma besteira.
Por
mais que tentasse controlar-se, tinha a boca ressecada, e o coração batia forte. Estava em casa e, no entanto, se
sentia ameaçado. Por que, ainda não saberia dizer. Mas o desconforto era
grande.
*
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