quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Visita do Papa aos EUA

 

        O Papa Francisco, depois de sua passagem por Cuba, com grandes multidões, mas eclipse de dissidentes, chegou hoje, quarta-feira, 23 de setembro,  pela manhã à Base de Andrews, em Washington, quando foi recebido pelo Presidente Barack Obama e pelo Vice Joe Biden.  As duas maiores autoridades americanas estavam acompanhadas de suas esposas.

       Há muita expectativa com a visita pontifícia, expectativa essa que se deve sobretudo ao carisma de Francisco, e a sua intenção de levantar tópicos que em geral não frequentaram as agendas papais de seus antecessores, desde Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI.

       Em Washington Francisco conversará com o Presidente Obama, e as concordâncias devem ser largas, posto que não completas. Há expectativa na sua sessão perante o Congresso americano, em que o Santo Padre há de procurar diplomaticamente maior participação americana no que tange à crise do meio ambiente, uma das principais inquietudes de Francisco. Arraigado a postura que é mais reminiscente do incrédulo século vinte, o Congresso será talvez convidado a maior abertura ambiental, eis que das posições céticas ou negacionistas, o aquecimento global e a crescente violência climática vem mostrando de forma impiedosa a inanidade. Sem embargo, dado o relativo imobilismo prático de Senadores e Representantes, as frases do sucessor de Pedro podem ecoar, sendo pouco provável que o seu resultado muito venha a diferir de tantas alocuções aí ouvidas, que mais seguem o exemplo dos clamores de Lawrence, na obra prima de David Lean.

      Em New York, Papa Francisco terá previsíveis multidões e o discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.

      Por fim, em Filadelfia a visita deverá concluir-se. Dada a popularidade do Papa, o seu carisma e simplicidade, agregadas as próprias palavras para os desfavorecidos da sorte, antecipam-se grandes multidões. Haverá decerto a ocasião para lidar com o dissenso da vez, a formulação eventual de posturas antagônicas e críticas,  assim como a caça habitual das atenções oportunistas.

      Essa visita de Papa Francisco, com a compreensível ansiedade e o grande afluxo que a devem acompanhar, representam o grande desafio da vez para este grande pontífice, que veio trazer a Igreja de Cristo para o século XXI, assim como o seu grande antecessor o Santo João XXIII trouxera o catolicismo para o mundo moderno e o século XX. 

     Assim como Papa Giovanni o fez a seu tempo, Esperemos que, uma vez mais, Papa Bergoglio venha a surpreender e no melhor sentido, como é seu hábito. 

 

( Fontes:  The New York Times,  site de  O Globo )

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