segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Visita do Papa aos EUA (VI)


                              
         No último dia de sua visita aos Estados Unidos, Papa Francisco se reuniu com cinco vítimas de abusos sexuais, cometidos por padres, professores ou familiares. O encontro durou cerca de meia hora e foi mencionado pelo Sumo Pontífice na reunião que teve, no seminário de São Carlos Borromeu, em Wynewood, com trezentos bispos.

         A esse propósito, o Papa disse: ‘Ficaram gravadas no meu coração as histórias de dor e sofrimento dos menores que foram abusados sexualmente por sacerdotes. Cubro-me de vergonha, pois as pessoas que tinham sob sua responsabilidade o cuidado de menores os estupraram e lhes causaram graves danos. Deus chora profundamente. Prometo que todos os responsáveis prestarão contas.

         “Devemos a cada um dos sobreviventes e suas famílias nossa gratidão, por fazerem com que a luz de Cristo ultrapassasse essa maldade.”

          O referido encontro com as vítimas foi organizado pelo cardeal Sean O’Malley, que lidera comissão sobre abusos sexuais na Igreja Católica, e o arcebispo de Filadélfia, Charles Chaput.

          A reação de algumas das vítimas e seus advogados denotou a própria insatisfação com as observações do Santo Padre. Tais escândalos sexuais, que vieram à tona a partir de 2002, sem dúvida afetaram a imagem da Igreja Católica nos Estados Unidos. Em junho último, Papa Francisco aceitou a renúncia de dois bispos americanos denunciados por negligência no caso de um padre preso por abuso sexual de crianças.

          Também neste domingo, dia 27 de setembro, o  Pontífice visitou a maior prisão de Filadélfia, onde manteve encontro com cerca de cem prisioneiros e os respectivos familiares.

          O último compromisso público do Bispo de Roma foi missa diante do Museu de Arte de Filadélfia, a que compareceram dezenas de milhares de fiéis. 

           Ao final desse evento, foi anunciado para Dublin, Irlanda, em 2018, o Próximo Encontro Mundial de Famílias. 

          Por volta de oito horas da noite, hora local,  Sua Santidade embarcou no avião da Alitalia que o conduzirá a Roma.  Papa Francisco, que é pessoa de saúde frágil, porém grande determinação, mostrava o cansaço causado pela intensa visita pastoral a dois países – Cuba e Estados Unidos.

         Mas como sempre, ele deixa a marca da simpatia, ardor pastoral e estreita comunicação com os fiéis. Compreende-se que é impossível satisfazer a todos, mas o balanço de seu apostolado nesses dois países tão diversos e antes opostos, se mostra largamente positivo, e há de afetar de forma satisfatória mesmo àqueles que semelham esforçar-se em ver certos acontecimentos sob as lentes embaçadas da inconformidade de princípio.

 

( Fonte:  Folha de S.Paulo )    

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