terça-feira, 8 de setembro de 2015

Decadência ?


                                           

        Depois de um período de crescimento econômico e de Real firme, com direito a cumprimentos pelas finanças internacionais, eis que se podiam mostrar dados econômicos e financeiros assaz satisfatórios, surgiu igualmente o BRIC[1] – o qual mais tarde viraria BRICS – com a inclusão da África do Sul por critérios políticos - para conjunto de países emergentes soldados pelo aspecto econômico.

        Se no segundo mandato de Lula, com Mantega na Fazenda, as práticas não seriam as mesmas do período de Palocci (que o escândalo do caseiro interromperia), com as chamadas capitalizações do BNDES y otras cositas más, de qualquer forma,no primeiro e desastroso mandato de Dilma Rousseff se criariam as condições para a geral piora em economia e finanças, piora esta que a candidata da algibeira de Lula da Silva conseguiria dissimular com uma série de deslavadas mentiras.

        Para tanto, também contribuiriam visões diferenciadas da realidade politico-econômica que foram mantidas pela denegação do direito de resposta à candidata Marina. Assim, as fantasias da propaganda de João Santana reinariam incontestes, com grave dano da democracia.

        Tanta desfaçatez, agregada à eclosão do magno escândalo do Petrolão, desfariam e estraçalhariam as lendas petistas e a arrogância da candidata Dilma. Seria suma injustiça se atribuíssemos todos os ventos, vendavais e tornados (agora, e neste último fenômeno meteorológico imagem também admissível em Pindorama, pois o interveniente progresso já criou condições de que esse último flagelo apareça entre  nós!) à desfaçatez de Dilma Rousseff.

        Já me ocupei desse aspecto o bastante, para apenas limitar-me a dizer que tanto Lula, quanto Dilma partilham essa responsabilidade. Ela, por imprudência e suma ignorância, ele, por tê-la indicado (para nossa vergonha, o corpo eleitoral brasileiro ainda é suscetível de eleger postes, por eventual  indicação de magno-coronelão).

        Por outro lado, não é difícil entender que não tenha sido possível à Madalena-arrependida valer-se de um deus ex-machina na pessoa do Ministro Joaquim Levy. A disparatada maioria, nominalmente pró-governo, só funcionaria em um esquema concessivo e, portanto, artificial, o que não mais se afigura factível, em cenário de revolta popular (cerca de sete dígitos de apoio!) e de consequente distanciamento político no Congresso.       

        Agora, assistimos à dança de sombras – estilo javanês – do Vice-presidente. Enquanto a dílmica administração passa a temer cada vez mais o amado povo (as placas de metal protegendo a retaguarda do palanque presidencial já são símbolo bastante), além do móbil Lula (em roupa de presidiário e os números 13 (PT) e 171  - artigo do Código Penal relativo a estelionato), irrompe a notícia da Lava-Jato no Palácio do Planalto, adentrando gabinetes do íntimo Mercadante e de outro ministro, Edinho Silva, que cuidou da campanha da Rousseff. Sem falar na inflável presidenta, com roupa petista e nariz de Pinóquio.

           Será que os votos de muitos foram atendidos e passamos a viver nos terríveis tempos interessantes, aquela temida maldição chinesa ? Será que as hostes governistas encaram com desconforto a súbita vinda da infernal Lava-Jato para uma Brasília que enfrenta a seca dos meses de agosto e setembro?

             Dizem que não, como é de rigor, mas para outros, o processo começa a apresentar inquietantes sintomas, com os quais a sua dinâmica se acresce e acelera, com resultados que costumam tirar o sono de quem acompanha nervoso o trabalho sério do Juiz Sérgio Moro, esse personagem que não faz muito era um quase total desconhecido. São pessoas dessa têmpera que induzem o Povo Soberano a não descrer da democracia no Brasil, malgrado tantas aparências.

 

( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )



[1] O Bric é acrônimo de Brasil, Rússia, Índia e China, que virou depois Brics com a inclusão de South Africa (Africa do Sul).

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